José Prudêncio
Escola no Ano Zero
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Renata Vicente
A Vida Rastafári

Projecto de Investigação

1. Tema geral: Sentido da vida

2. Tema específico: Rastafarianismo

3. Título do trabalho: A vida Rastafári

4. Pergunta a que o trabalho responde: De onde e como surgiu o rastafarianismo? Como é a vida dos Rastafáris?

5. Programa: Para elaborar este trabalho vou pesquisar na internet e ver documentários sobre a vida rastafári no youtube

Renata Lousa Vicente

12º4, nº25

Estoril, 18 de Novembro 2009

Introdução

Hoje em dia, é muito comum associar-se a palavra Rastafari a reggae, Bob Marley, maconha, vegetariano, homens cabeludos e drogados, entre outras coisas sem se saber em que realmente consistem todas essas características , pois a cultura Rastafári vai muito além de tudo isso, e é esse ponto que vou aprofundar neste trabalho.

Como surgiu o movimento Rastafári?

Rastafári é um movimento religioso que surgiu na Jamaica em meados dos anos 20 entre a classe trabalhadora e os camponeses negros, que apela à repatriação dos mesmos ao seu lar ancestral: Etiópia - África. Este movimento proclama Hailê Selassiê I, imperador da Etiópia, como a representação terrena de Jah (Deus).

Fig.1 – Rastafári

O movimento surgiu quando o sindicalista jamaicano, Marcus Garvey, baseado em ideias do Velho Testamento, passou a proclamar que todos os negros deveriam retornar a África, de onde teriam sido retirados por causa da escravidão. Garvey identificava ainda os negros com a mesma história dos povos perdidos de Israel, vendidos aos senhores, ou seja, escravos de uma Babilónia moderna.

Em 1929, quando pregava numa igreja, Garvey disse: "Olhem para a África. Quando um rei negro for coroado, a redenção estará próxima." A afirmação foi tida como uma profecia, pois o negro Tafari Makonnen (1892-1975) auto-coroou-se como imperador da Etiópia um ano depois. Antes de ascender ao poder, Tafari Makonnen era chamado "Príncipe Tafari", ou Ras Tafari, no idioma local. Por isso, quem acreditava nas ideias de Garvey e via o imperador como um messias passou a ser chamado Rastafári.

Assim, o termo rastafári tem sua origem em Ras ("príncipe" ou "cabeça") Tafari ("da paz") Makonnen, o nome de Hailê Selassiê antes da sua coroação.

A vida Rastafári

"As pessoas não vêem o Rastafarianismo, mas sim a cultura Rasta. Vêem o Reggae, a ganja, as cores da bandeira Jamaicana. Mas existem elementos do Rastafarianismo que são mais profundos que o próprio Reggae e que estão ligados ao estilo de vida Rasta: a forma de pensar, o que ele come, a sua visão de mundo, as suas ideias, os seus conceitos sobre política e religião."- diz Matabaruka, Filósofo e poeta Jamaicano.

Os rastas têm as suas próprias ideias, sendo o Rastafári uma forma de vida, e não uma religião como muitos pensam. Eles são contra a opressão, pobreza e desigualdade (que são problemas globais), amam e respeitam a irmandade da humanidade, levam uma vida cristã, de caridade e auxílio ao próximo, desaprovam o ódio, ciúmes, inveja, engano, fraude e traição, não aprovam os prazeres da sociedade moderna e os seus males correntes.


Alimentação

Os rastas levam uma vida vegetariana, plantando e colhendo o próprio alimento, trabalhando comunitariamente pelo relacionamento deles com a natureza. Não consomem bebidas alcoólicas, não usam remédios químicos nem ingerem qualquer tipo de carne. Consideram ser melhor alimentar-se do verde da floresta e da riqueza que a mãe natureza lhes dá, do que alimentar-se do ódio que está num animal quando ele é morto, pois os rastas vivem uma vida equilibrada e harmonizada com o pai da criação. Consideram o alimento a sua medicina, procurando assim purificar cada vez mais a sua alimentação. Assim, para eles a floresta é um vasto laboratório natural, onde procuram encontrar a sua cura, sem recorrer a laboratórios e drogarias.

A “ganja”

A “ganja” ou “maconha” é o nome dado a uma planta cientificamente chamada Cannabis Sativa, a “erva sagrada” dos Rastafáris. O uso religioso da erva é feito pelo processo de plantação, colheita e consumo. O consumo da cannabis é, no mundo dos Rastafáris, feita por considerações acerca da relação entre cura, religiosidade e protesto. Muitos sustentam o seu uso através de Génesis 1:29: "E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a face de toda a terra; e toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para mantimento."

Fig.2 – Cannabis Sativa

Os rastas acreditam no poder da “ganja”, através da abertura de um canal telepático que aumenta a percepção da realidade. Para eles, “ganja” é um sacramento espiritual que eleva as suas almas a Jah, para que possam ver a verdade que o altíssimo lhes pretende mostrar. Assim, os Rastafáris reúnem-se para fumar a erva em rituais e discutem acerca da verdade uns com os outros, racionalizando tudo nos mínimos detalhes durante inúmeras sessões.


O uso da maconha é nomeadamente utilizado para fins medicinais (asma por exemplo), fins alimentares (as sementes da cannabis são muito nutritivas) e, também, como forma de protestar e rejeitar as leis de uma hegemonia colonialista, que proíbe legalmente o uso de cannabis, já que o rastafarianismo é um movimento religioso de protesto.

Os dreadlocks

Fig.3 – Dreadlocks

O aspecto mais saliente de um Rasta são os dreadlocks (a que chamamos rastas), canudos fortes, que não são escovados ou penteados. É o símbolo da união com Jah e do empenho numa vida justa e natural. Os dreadlocks são um belo exemplo da dualidade “Natureza/Protesto”, isto porque o acto de deixar o cabelo crescer sem cortar nem pentear, é para o Rastafári um sinal de naturalidade, fruto de desapego material e resultado da sua própria natureza inalterada; e por outro lado, como o próprio nome diz, são “madeixas que chocam” e os dreadlocks, vendo nessa perspectiva, são um modo de protesto e contestação para mostrar a condição de escravidão a que o negro foi submetido na Babilónia. O desapego material simbolizado nos dreadlocks é o mesmo desapego aos produtos industrializados e à tecnologia em geral, desapego este que corrobora com todas as práticas da visão de mundo rastafari, sinónimos de “natureza” e “protesto”. Outro motivo apresentado pelos Rastas relativamente ao dreadlock é que a barba e os cabelos compridos representam a juba do leão, símbolo da filosofia Rasta.

O reggae

No final da década de 60, em condições de extrema pobreza os rastas procuravam manter-se financeiramente através da arte, em especial no artesanato, mas onde melhor a cultura Rasta se propagou foi na música com o Reggae. Assim, também nascido na Jamaica, o reggae foi porta-voz de várias mensagens do rastafarianismo, tendo sido Bob Marley (1945-1981) o maior representante deste estilo musical e tendo consequentemente um grande contributo para a popularização do movimento Rastafári no mundo.

Fig.4 – Bob Marley

O Reggae é considerado pelos Rastas a musica de Jah, o “veículo” de Deus, primeiro por ter a mesma batida do coração e depois pelas mensagens, com letras principalmente de caráter religioso, de protesto racial e político. Assim, no reggae, predominam não só louvores a Jah mas também a crítica social, sendo cantada a desigualdade, o preconceito, a fome e muitos outros problemas sociais, isto na tentativa de desviar os olhos do povo para todas essas realidades.

Bandeira adoptada pelos Rastafaris

Fig.5 – Bandeira Rastafári

O símbolo mais notório do Rastafári, exceptuando os dreadlocks, são as cores que eles utilizam: vermelho, verde e amarelo (cores da bandeira Rastafári). O vermelho simboliza a triunfante igreja dos rastas e o sangue derramado pelos negros na escravidão; o verde é a beleza da vegetação da Etiópia e da terra prometida; o amarelo representa a riqueza e a prosperidade do continente africano. O leão, representa ainda a força, coragem e dignidade.

Conclusão

Pode-se então concluir que, a cultura Rastafári vai muito para além do reggae, do cabelo, do fumar cannabis e ser-se vegetariano, e que Rastafári é uma forma de vida e não uma religião. O rasta dedica toda a sua vida a Jah, ao convívio e harmonia com a natureza, tendo as suas próprias ideias e sendo sempre fiel às suas crenças.

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Bibliografia

http://www.delfareggae.com.br/ras.htm, consultado dias 8.11.2009 e 17.11.2009

http://pt.netlog.com/groups/jahrastafari_pt, consultado dias 8.11.2009 e 17.11.2009

http://mundoestranho.abril.com.br/cultura/pergunta_286438.shtml, consultado dia 8.11.2009

http://reggaespotlights.blogspot.com/2007/06/imperador-haile-selassie-i-jah.html, consultado dias 8.11.2009 e 17.11.2009

http://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_rastaf%C3%A1ri, consultado dia 8.11.2009

http://www.youtube.com/watch?v=V60Ta-4N5kc, consultado a 4.11.2009

http://www.youtube.com/watch?v=oMxUQjiAB64&feature=PlayList&p=229735252ED8A795&playnext=1&playnext_from=PL&index=4, consultado a 8.11.12009

Renata Vicente
A Fobia
Projecto de Investigação

1. Tema geral: Domínio mental

2. Tema específico: Fobia

3. Título do trabalho: A fobia

4. Pergunta a que o trabalho responde: O que é a fobia? Quais os tipos de fobia que existe, as suas causas, consequências e tratamentos?

5. Programa: Para elaborar este trabalho vou pesquisar na Internet

Renata Lousa Vicente

12º4, nº25

Estoril, 10 de Dezembro 2009

Introdução

O medo é um sentimento comum universal muito antigo, podendo ser explicado como uma sensação de se correr perigo, de que algo muito mau irá acontecer, geralmente acompanhado de sintomas físicos bastante incomodativos. Por vezes este medo pode ser desproporcional à ameaça e irracional, seguido pela evitação das situações causadoras do mesmo, chamado fobia, que é o tema que irei desenvolver ao longo deste trabalho.

Medo e fobia

Antes de definir fobia, há que deixar claro que “medo normal” e fobia são duas coisas distintas. O medo é uma reacção psicológica e fisiológica normal de autopreservação em resposta a alguma ameaça ou perigo, ou até mesmo à antecipação de ambos, sendo portanto saudável para a nossa sobrevivência. No que diz respeito à fobia, esta é parecida com o medo, porém com um maior nível de ansiedade que acaba por interferir no quotidiano de um indivíduo, devido ao facto de este medo ser persistente, excessivo, irreal e desmedido na presença da situação ou objecto que causa a ansiedade. Os fóbicos reconhecem que os seus medos são excessivos, mas porém, não conseguem controlá-lo.

Tipos de fobia

Existem 3 tipos básicos de fobia sendo eles a fobia social, fobia específica e agorafobia.

A fobia social é o medo acentuado e persistente perante situações sociais ou de desempenho, em que a pessoa possa estar exposta à avaliação de outros, ser vítima de comentários ou sofrer humilhação em público. A exposição à situação social provoca ansiedade, caracterizada por sudorese, batimentos rápidos do coração, tremor das mãos, falta de ar e sensação de “frio” na barriga, daí as situações sociais e de desempenho serem evitadas ou suportadas pelo indivíduo com grande sofrimento e ansiedade.

A fobia específica (ou fobia simples), é a forma mais comum de fobia, consistindo esta no medo excessivo, persistente e irracional perante objectos, animais (como cães, gatos, aranhas, cobras), pessoas (palhaço, médicos), ambientes (lugares escuros ou altos, tempestades) ou situações concretas (como viajar de avião ou estar num espaço fechado). Dependendo da intensidade dos sintomas da ansiedade causada, a pessoa pode desencadear um ataque de pânico de tal forma que por vezes pode incluir sensação de morte iminente, o que pode reforçar ainda mais o pensamento de que a exposição a determinado estímulo possa realmente representar risco de vida, ocorrendo assim um efeito “bola de neve” ao longo do tempo.

A agorafobia é o medo provocado por lugares ou situações onde seja difícil ou embaraçoso o individuo retirar-se, caso tenha uma crise de pânico ou de mau estar. A agorafobia provoca ataques de pânico (medo intenso e uma variedade de sintomas físicos incómodos como tremer, ter palpitações, rubor facial), o que implica o paciente estar dependente de outras pessoas para sair de casa.

Causas e consequências das fobias

Embora o pânico possa ser adquirido por aprendizagem por partes das crianças (através da observação e imitação do comportamento dos pais), vários neurocientistas acreditam que a hereditariedade da doença assume uma importância maior em relação à aprendizagem. Já foram constatadas várias situações que o provam, nomeadamente casos de gémeos idênticos educados separadamente que desenvolveram um mesmo tipo de fobia, e um aumento do fluxo sanguíneo e metabolismo no lado direito do cérebro de pessoas fóbicas, o que faz constatar que o ser humano já nasça talvez programado para adquirir uma certa fobia. Por outro lado, uma experiência marcante de vida também poderá desencadear um mecanismo de aprendizagem da doença. Neste sentido, principalmente pacientes com quadro clínico de transtorno de pânico, tenderão a desenvolver uma fobia, associando perigo a situações ou coisas que não poderão prever ou controlar, desenvolvendo assim as suas próprias crises de ansiedade. Como consequência tenderão a evitar a circunstância desencadeadora dos comportamentos fóbicos, o que poderá trazer um grande impacto negativo na vida dos pacientes.

Respectivamente à agorafobia e à fobia social, ambas podem prejudicar gravemente a vida do paciente. Devido à necessidade de companhia, a agorafobia interfere na dinâmica da vida familiar, pois há pacientes que não toleram ficar sozinhos em casa exigindo sempre a presença de alguém, e devido ao desconhecimento do problema do paciente por parte dos familiares, estes passam a hostilizá-lo ou a ridicularizá-lo. Assim, o paciente que sofre com ansiedade e incompreensão, vai desenvolvendo também um sentimento de culpa por estar a interferir na vida dos familiares, podendo isto levá-lo a pensar em suicídio ou a desenvolver perturbações depressivas. Por sua vez, a fobia social faz com que o paciente não se queixe do seu problema, encondendo-o, culpando-se e isolando-se das pessoas. Isto implica muitas vezes a ausência do indivíduo em casamentos e ocasiões familiares, participar em reuniões e congressos, deixar de se formar na faculdade ou num curso de especialização, pois seria necessária uma apresentação para a turma e isto seria intolerável, entre outras mais situações que prejudicam brutalmente a sua vida. Já a fobia específica, na maioria dos casos não interfere no comportamento normal do indivíduo a ponto de procurar tratamento, isto pelo facto de o indivíduo ser capaz de evitar o confronto com o objecto ou situação que teme, antecipando a ansiedade.


Possíveis tratamentos

Os tratamentos de fobia normalmente combinam psicoterapia com medicamentos. O mais frequente tratamento é um tipo de terapia cognitiva comportamental, a terapia de exposição, que consiste em aumentar a exposição gradual do indivíduo ao que lhe provoca o medo, isto sob circunstâncias controladas. Deste modo, o indivíduo é ensinado a dominar o seu medo através de técnicas de relaxamento, respiração, entre outras estratégias para reduzir a ansiedade, proporcionando ao indivíduo um sentimento de controlo. Muitas vezes, é importante haver tratamento medicamentoso para controlar as crises de ansiedade com a administração de medicamentos ansiolíticos e antidepressivos, embora, feito isoladamente, o tratamento medicamentoso não cure a fobia, pois, para tal, o indivíduo deve ser ajudado a desenvolver a capacidade de desassociar o medo do que teme.

Fobias mais comuns / algumas fobias estranhas

De entre as fobias mais comuns destacam-se:

Claustrofobia: medo de lugares fechados, como elevadores, túneis, ambientes pouco ventilados

Glossofobia: medo de falar em público

Hipsifobia: medo das alturas

Amaxofobia: medo de andar de carro

Hidrofobia: medo da água, de entrar em piscinas e nadar no mar

Eritrofobia: medo de sangue

Algumas das mais estranhas fobias existentes:

Fonofobia - medo de barulhos ou vozes, ou até da própria voz; medo de telefone

Uranofobia - medo do céu

Hipnofobia - Medo de dormir; horror ao sono

Eisoptrofobia - medo de espelhos ou de se ver ao espelho

Urofobia - medo de urina ou do acto de urinar

Narigofobia - medo de narizes

Caetofobia - medo de pêlos


Conclusão

Embora o medo seja algo comum a todo o ser humano, quando a situação de ansiedade desencadeia sintomas irracionais e incontroláveis, esse medo é designado fobia, podendo ter um grande impacto negativo na vida da pessoa interferindo constantemente no seu dia-a-dia. Estas pessoas deverão procurar ajuda médica pois hoje em dia há tratamentos que podem ajudar a superar o problema.







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Bibliografia

http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_fobias, consultado a 8.12.2009

http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?464, consultado a 6.12.2009 e 8.12.2009

http://pt.shvoong.com/medicine-and-health/1657785-psiquiatria-agorafobia/, consultado a 8.12.2009

http://www.fct.unl.pt/aluno/gapa/dificuladades-psicologicas-as-fobias-sociais, consultado a 6.12.2009

http://pt.shvoong.com/medicine-and-health/1697138-tipos-fobias/, consultado a 8.12.2009

http://pt.shvoong.com/humanities/1801391-quais-causas-das-fobias/, consultado a 6.12.2009 e a 8.12.2009

http://pt.shvoong.com/medicine-and-health/investigative-medicine/1905050-especialistas-explicam-diferen%C3%A7a-entre-medo/, consultado a 6.12.2009

http://www.policlin.com.br/drpoli/150/, consultado a 6.12.2009

http://boasaude.uol.com.br/lib/showdoc.cfm?LibCatID=-1&Search=&CurrentPage=1&LibDocID=5161#Qual%20a%20diferença%20entre%20o%20medo%20normal%20e%20a%20fobia, consultado a 8.12.2009

http://www.cerebromente.org.br/n05/doencas/fobias.htm, consultado a 6.12.2009

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Última actualização: 13 de Dezembro de 2009
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