José Prudêncio
Escola no Ano Zero
www.escola.joseprudencio.com
Ana Montoito
Esclerose Lateral Amiotrófica
Projecto de Investigação

1. Tema geral: Sentido da vida

2. Tema específico: Saúde

3. Título do trabalho: Esclerose Lateral Amiotrófica

4. Pergunta a que o trabalho responde: O que é a Esclerose Lateral Amiotrófica? O que esta provoca e quais as sua influências no dia a dia?

5. Programa: Explicar em que consiste a doença e como lidam os doentes com a mesma.

Ana Isabel Morais Montoito

Nº2; 12º 3

Estoril, 18 de Novembro 2009

Introdução

Na sociedade actual vivemos submersos em problemas e superficialidades, não atribuímos importância ao que é realmente importante. A saúde, por exemplo, é o nosso bem mais precioso e muitas vezes demasiado menosprezado.

Nesta pesquisa, centrei-me numa doença: Esclerose Lateral Amiotrófica, para a qual não é conhecida a cura, nem mesmo as suas causas. Ao longo do trabalho irei explicar esta patologia e quais as suas implicações no dia-a-dia.

Esclerose Lateral Amiotrófica

A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença de ordem neurológica, visto que esta consiste numa degeneração progressiva dos neurónios motores. Ou seja, estes perdem a sua capacidade funcional, impedindo a transmissão de impulsos nervosos.

Entre 5 a 10 % dos casos esta é uma doença hereditária e, neste caso uma doença hereditária autossómica com transmissão dominante, o que significa que basta um alelo alterado de um dos dois cromossomas do par (de origem materna ou paterna) para que a doença se manifeste.

Até ao momento, não foi criado nenhum fármaco ou tratamento capaz de curar esta doença, nem mesmo de atrasar a progressão da mesma. Apesar disto é receitado o Rilutek, que até hoje não tem mostrado resultados significativos.

Os doentes afectados pela ELA têm uma esperança de vida entre os 2 e os 5 anos após o diagnóstico, têm também maioritariamente mais de 40 anos de idade.

Causas desta doença

À excepção dos casos em que a doença tem um carácter hereditário, não são conhecidos os factores que causam uma pré-disposição para a mesma, nem os estímulos que promovem a sua manifestação.

As suas consequências

Sendo os neurónios motores responsáveis pela contracção e relaxamento muscular, a progressiva degeneração dos mesmos vai provocar uma atrofia muscular que se vai acentuando ao longo do tempo. Deste modo, esta doença torna-se fatal pelo facto de afectar todos os músculos do corpo, o que provocará além da incapacidade motora, dificuldades em mastigar, engolir, falar e repirar. Numa fase em que as dificuldades respiratórias se começam a fazer notar é necessário a utilização de um ventilador, este apenas impulsiona o ar para os pulmões, já que a inspiração requere contracções musculares. As dificuldades respiratórias são a principal causa de morte nas pessoas com esta doença.

As faculdades mentais das pessoas portadoras desta doença não são lesadas, o que faz com que assistam e percebam a sua degradação. Ou seja, sentem a frustração de perderem diariamente, num nível mais avançado, certos movimentos. Apesar de tudo isto, a situação torna-se mais problemática quando os doentes deixam de conseguir falar, pelo facto de perderem a capacidade de comunicar e de se expressar. Para este efeito, existem alguns programas de computador em que é possível escrever, através do movimento dos olhos, mas estes têm custos elevados que não são acessíveis a todos os doentes com ELA.


Pesquisas para a cura da ELA

A grande aposta da comunidade científica no tratamento desta doença incide na injecção de células-tronco no organismo. Estas são células que têm a capacidade de se diferenciar noutras e dependendo da sua aptidão para o fazer, podem ser de dois tipos: embrionárias, extraídas do embrião, que têm a capacidade de se diferenciar em qualquer célula ou tecido (classificadas como totipotentes ou pluripotentes); e adultas, extraídas de diversos tecidos como a medula óssea, sangue, cordão umbilical, etc, que têm uma capacidade de diferenciação limitada (classificadas como multipotentes). Estas células seriam injectadas para se diferenciarem em neurónios motores, que por sua vez iriam retomar o envio de estímulos nervosos aos músculos. Numa fase precoce da doença, seria bastante eficaz, visto que os músculos não estão completamente atrofiados, mas numa fase mais avançada surgiriam outras complicações como a necessidade de substituição do tecido muscular. A aplicação deste tratamento não é ainda viável devido ao desconhecimento das quantidades que deveriam ser injectadas, local e frequência da injecção.

Outra hipótese a considerar poderá surgir de um estudo publicado na revista Science, no dia 3 de Março de 2008, no qual se afirmou a possível relação entre a doença e uma mutação no gene TDP-43. Esta provocaria alterações num aminoácido da sequência proteica que iria promover o desenvolvimento da ELA. A hipótese continua em investigação e constitui um dos projectos do instituto de tecnologia química e biológica da universidade nova de Lisboa.

Apoios

A perda de capacidades é visível, muitas vezes dia após dia e é necessáriamente acompanhada pela utilização de apoios mecânicos e sessões de fisioterapia, no sentido de evitar, dentro do possível, a perda de flexibilidade.

Existem vários apoios disponíveis para estes doentes, como andarilhos, cadeiras de rodas, cadeiras eléctricas (para que as pessoas se possam deslocar e colocar-se numa posição vertical) e ventiladores (quando as dificuldades respiratórias se acentuam). Em Portugal, estes materiais podem ser requisitados gratuitamente, enquanto noutros países a requisição de um ventilador, por exemplo, requere um pagamento mensal, que não é totalmente comparticipado pelo estado e é taxado pelo valor máximo do IVA. Sendo respirar essencial para a sobrevivência é incompreensível a aplicação desta taxa. Não bastando todas as complicações vividas pelo doente, este ainda é obrigado a pagar para poder satisfazer a sua necessidade mais básica.

Reflexão

Para os doentes com ELA, coisas tão simples e essenciais como andar, tornam-se impossíveis e, só neste momento, realmente valorizadas. Este facto remete para a filosofia “só damos valor às coisas quando as perdemos”, à luz do que vejo todos os dias, esta filosofia parece-me ser bastante verdadeira, dado que as preocupações das pessoas estão maioritariamente relacionadas com aspectos acessórios à vida e ao bem estar.

A realidade enfrentada por estas pessoas e por aqueles que as rodeiam e acompanham, não é fácil, visto que esta doença se traduz em perdas e esforços diários. Para além das dificuldades inerentes à doença, existem também as plenamente burocráticas ou ainda aquelas que ninguem compreende (como o facto de pagar o aluguer de um ventilador!). Assim, nota-se ainda alguma fragilidade no tão falado conceito de sociedade, em que é suposto integrar e assegurar as necessidades básicas de cada um.

Conclusão

Esta doença para a qual ainda não foi descoberta a cura continua a matar neurónios, músculos e consequentemente pessoas. Mas para a maioria a morte não é ao diagnóstico, mas sim quando o coração deixa de bater. O grande cientista, Stephen Hawking constitui um bom exemplo desta luta e persistência, por manter uma vida interactiva e participativa na sociedade, mesmo sendo portador de Esclerose Lateral Amiotrófica.

Sabendo que existem doenças, das quais não nos conseguimos proteger, ao menos evitemos aquelas que o permitem e deixemos um pouco de lado as superficialidades que dominam a nossa vida.

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Bibliografia

http://www.itqb.unl.pt/education, consultado em 12.11.2009.


http://www.tribunamedicapress.pt/internacional-1/1361-equipa-identifica-gene-associado-a-esclerose-lateral-amiotrofica, consultado em 11.11.2009.

http://www.tudosobreela.com.br/oqueeela/oqueeela.shtml?sessao=oqueeela, consultado em 8.11.2009.

http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?184, consultado em 8.11.2009.

http://veja.abril.com.br/blog/genetica/arquivo/esclerose-lateral-amiotrofica-ela-o-que-ha-de-novo/, concultado em 11.11.2009.

http://www.pedropalma.net/Pages/Portugues/Jornalismo/Jornalismo.htm, consultado em 11.11.2009.

Ana Montoito
Tabagismo na adolescência
Projecto de Investigação

1. Tema geral: Domínio mental

2. Tema específico: Saúde

3. Título do trabalho: Tabagismo na adolescência

4. Pergunta a que o trabalho responde: O que promove o desenvolvimento da dependência do tabaco? Quais as suas consequências?

5. Programa: Analisar estudos à cerca do tabagismo na adolescência, apresentar algumas soluções baseadas em pesquisas cientifícas.

Ana Isabel Morais Montoito

Nº2; 12º 3

Estoril, 10 de Dezembro 2009

Introdução

O tabagismo faz parte da sociedade actual e, por isso inflencia-nos a todos. Segundo um artigo publicado na revista portuguesa de pneumologia, em 4396 cidadãos, 76,3% dos portugueses com cancro no pulmão são fumadores ou ex-fumadores (56,8% e 19,5%, respectivamente). Por estes números, pode-se notar que o tabagismo influencia bastante a nossa sociedade.

Com base em vários estudos e artigos, esta investigação visa explorar o conceito de tabagismo nalgumas das suas vertentes, bem como as causas pelas quais os jovens começam a fumar.

O Tabaco

Tabaco é um nome comum que atribuímos à planta Nicotiana tabacum, com origem na América do Sul, de onde se extrai a nicotina, esta substância provoca dependência química e dificulta a circulação sanguínea. Para além da nicotina, o tabaco é também constituído por monóxido de carbono, responsável pela diminuição da oxigenação do sangue; alcatrão, formado por várias substâncias cancerígenas que se depositam ao longo das vias respiratórias e outras substâncias, sendo também algumas cancerígenas.

Ao acto de fumar e consequente dependência física e psicológica do consumo de nicotina dá-se o nome de tabagismo. Os que inalam involuntariamente o fumo libertado pelos cigarros dos fumadores são denominados fumadores passivos.

Como ocorre a dependência

A dependência do tabaco está estritamente relacionada com a inalação de nicotina juntamente com o fumo. Esta provoca o aumento da concentração de dopamina (neurotransmissor percursor da adrenalina), que activa os mecanismos de recompensa do cérebro, nos quais há a libertação de neurotransmissores em resposta a um estímulo. Quando o cigarro acaba, o estímulo termina e a concentração de dopamina diminui. Esta diminuição irá provocar a ansieadade e necessidade de fumar outro cigarro, de maneira a repor os níveis de concentração deste neurotranmissor.

O cumprimento deste ciclo torna-se uma necessidade para o bem-estar físico e psicológico dos fumadores, traduzindo-se numa dependência química.

Actualmente, é considerada, por alguns investigadores, a existência de compostos no fumo do tabaco, sem ser a nicotina, que são responsáveis pela inibição da enzima MonoaminaOxidase. Esta tem como função a degradação de determinadas monoaminas (derivadas de aminoácidos através de processos de descarboxilação), com o objectivo de controlar as concentrações das mesmas, de entre as quais a dopamina.

Consequências

As consequências do consumo de tabaco são muito debatidas, mas o tabagismo continua a ser, em vários países, a maior causa de morte.

Algumas das doenças associadas ao tabagismo são: cancro do pulmão, da laringe, do esófago, entre outros; doenças cardiovasculares; acidentes vasculares cerebrais e dificuldades respiratórias. Mais especificamente nos fumadores adolescentes diminui a capacidade de apredizagem e memorização, em consequência da menor oxigenação do sangue e irrigação do cérebro.

O tabagismo pode ter também algumas consequências perceptíveis no dia-a-dia, como a diminuição do paladar e olfato, pressão arterial e frequência cardíaca alteradas e ainda problemas de circulação.

Apesar de todos os malefícios comprovados do tabaco, alguns estudos sugerem que este está associado a uma menor incidência da doença de Parkinson, entre outras, e que alguns doentes esquizofrénicos utilizam o fumo como auto-medicação contra a ansiedade.

Tratamentos

Existem vários métodos para deixar de fumar, e a sua eficácia é variável de pessoa para pessoa. Segundo as entidades de pesquisa à cerca da desabituação tabágica, os fumadores devem seguir as seguintes etapas:

1. Marcar uma data para deixar de fumar e informar os mais próximos da mesma;

2. Reformular os ambientes frequentados, para que estes não lhe lembrem o cigarro;

3. Praticar exercício físico ou outras actividades, bem como alterar hábitos que promovam uma recaída, como beber café (por ser um estimulante) e o consumo de álcool;

4. Recorrer, se necessário, a um médico ou enfermeira para que lhe aconselhem um fármaco adequado (são exemplos os adesivos e pastilhas de nicotina).

Tabagismo na adolescência

A iniciação deste vício ocorre preferencialmente durante a adolescência, devido ao facto de esta representar um período de grande instabilidade emocional, consequente de um processo de formação individual e integração numa sociedade.


A maioria dos jovens começa a fumar para se inserir num determinado grupo que já possui esse hábito, como resistência à autoridade que os pais representam na sua vida ou até para se afirmarem como adultos, na medida em que tomam as decisões relativas à sua vida e aos seus hábitos. Outra grande influência é a publicidade, mais especificamente a ideia que esta transmite: de que “fumar é socializar”.

Segundo um estudo realizado pela Faculdade de motricidade humana, num grupo de 6903 jovens, a distribuição dos fumadores consoante as idades, corresponde ao seguinte gráfico:

Outra conclusão retirada desse mesmo estudo é o facto de, nos jovens inquiridos, ser maior a percentagem de raparigas fumadoras (gráfico 2).

Apesar de todos os avisos e toda a informação acerca dos malefícios do tabaco o número de jovens fumadores continua a aumentar. Este facto é condicionado, não só pelos amigos como também, pelos hábitos tabágicos dos pais (gráfico 3).

Deste modo, a origem deste vício pode ter por base vários factores. E este mesmo vício pode ser um factor promotor do desenvolvimento de outros maus hábitos, como por exemplo o consumo de álcool e drogas e uma alimentação incorrecta.

Reflexão

Hoje em dia, acabamos todos por fumar, de uma maneira ou de outra: se não fumamos o nosso cigarro, respiramos o fumo dos outros.

O direito de “não fumar” foi, pela primeira vez, valorizado com a criação da lei contra fumo em locais fechados. Na minha opinião, esta lei é essencial, dado que tal como os não fumadores são obrigados a respeitar o vício de tantas pessoas, devem também ser minimamente protegidos.

Mais especificamente, em relação ao tabagismo na adolescência penso que é seguido o princípio errado. Começar a fumar para mostrar uma personalidade forte ou que se é adulto reflecte um comportamento infantil e imaturo, na medida em que começar a fumar implica não considerar as consequências ou, simplesmente, ignorá-las.

Deste modo, penso que existem formas melhores de crescer!

Conclusão

Apesar do tabagismo estar a diminuir, em Portugal, a percentagem de jovens fumadores continua a aumentar e a preocupar o conselho de prevenção do tabagismo, visto que, segundo este, 85% dos jovens entre os 11 e os 18 anos fumam. Se tivermos em conta as consequências do tabaco, estes números tornam-se assustadores.

Sendo o tabaco um vício individual e legal, actualmente, a única medida que é possível tomar consiste na sensibilização para os malefícios do tabagismo e a facilitação dos meios para largar este hábito, como por exemplo os fármacos que auxiliam a sua desabituação e que, neste momento, se encontram a preços exurbitantes.

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Bibliografia

http://pt.wikipedia.org/wiki/Tabaco, consultado em 5.12.2009.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Tabagismo_e_sa%C3%BAde, consultado em 5.12.2009.

http://www.fmh.utl.pt/aventurasocial/pdf/tabaco.pdf, consultado em 5.12.2009.

http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1433690&seccao=Sa%25EF%25BF%25BDde&utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%253A+DN-Ciencia+%28DN+-+Ciencia%29, consultado em 6.12.2009.

http://www.cratod.saude.sp.gov.br/apresentacoes/Sistema%20de%20recompensa%20cerebral.pdf, consultado em 6.12.2009.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Monoaminas, consultado em 6.12.2009.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Monoaminoxidase, consultado em 6.12.2009.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Dopamina, consultado em 6.12.2009.

http://eunaofumo.no.sapo.pt/nicotina.htm, consultado em 6.12.2009.

http://www.hospitalfeira.min-saude.pt/NR/rdonlyres/4FA5E762-9AEC-48ED-99D5-9324EFDC0698/3537/Folheto15passosparadeixardefumar.pdf, consultado em 7.12.2009.

http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/pne/v13n2/v13n2a05.pdf, consultado em 8.12.2009.

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Última actualização: 13 de Dezembro de 2009
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