José Prudêncio
Escola no Ano Zero
www.escola.joseprudencio.com
Susana Martins
A IMPORTÂNCIA DOS CUIDADOS PALIATIVOS
Projecto de Investigação

1.Tema geral: Sentido da Vida

2.Tema específico: Cuidados Paliativos

3.Título do trabalho: A importância dos cuidados paliativos

4.Pergunta a que o trabalho responde: Deverão os cuidados paliativos continuar a ser considerados cuidados menores de saúde?

5.Programa: para elaborar este trabalho irei usar como fontes um artigo de revista, uma reportagem e páginas da Internet, sendo que me irei focar na definição do conceito de cuidados paliativos e na sua importância.

Susana Alexandra Maia Lourenço Martins

12º3/nº17

Cascais, 11 de Novembro 2009

Introdução

Este trabalho tem como objectivo alertar para importância dos cuidados paliativos e para o facto de estes serem pouco valorizados pelo sistema de saúde do nosso país. Neste artigo, está presente uma breve explicação acerca do que são os cuidados paliativos, a que doentes se destinam, onde podem ser prestados, a situação destes cuidados em Portugal e a sua relação com a eutanásia, sendo que no final deste trabalho se encontra uma reflexão sobre a problemática acerca deste tipo de cuidados serem considerados cuidados menores de saúde e de não serem interpretados como um direito de todos os utentes em situação de doença avançada.

O que são cuidados paliativos

São cuidados prestados a doentes que se encontram em constante e intenso sofrimento resultante de uma doença prolongada, incurável e progressiva.

As equipas responsáveis por prestar estes cuidados têm como máxima combinar a ciência e o humanismo.

As componentes essenciais dos cuidados paliativos são: o alívio dos sintomas, o apoio psicológico, espiritual e emocional do doente, o apoio à família durante o período de vida do doente e após a sua morte, sendo que para que hajam estes cuidados é necessário a existência de uma equipa interdisciplinar.

Não só os médicos, os enfermeiros e os psicólogos podem prestar cuidados paliativos, como também voluntários se podem formar nesta área para a prestação destes serviços.

Os cuidados paliativos consistem portanto em assegurar o bem-estar e a qualidade de vida dos doentes.

A quem se destinam os cuidados paliativos

Os cuidados paliativos destinam-se a doentes que não têm perspectiva de tratamento curativo, cuja doença progride rapidamente e em que a sua expectativa de vida é já limitada. O sofrimento destes doentes é intenso e têm problemas de difícil resolução que exigem um apoio específico e organizado.

Estes cuidados não são prestados com base em diagnósticos, mas sim nas necessidades dos doentes e das suas famílias.

Ainda assim, existe um conjunto de doenças no qual se incluem o cancro, a SIDA, as doenças neurológicas, as insuficiências de órgãos (renais, cardíacas, respiratórias, hepáticas) e as demências, que em estado avançado implicam frequentemente a prestação destes cuidados. Estes cuidados não se destinam a uma faixa etária específica, visto que estas doenças podem atingir todas as idades.

Onde podem ser prestados

Os serviços de cuidados paliativos podem ser prestados em regime de internamento ou domiciliário, conforme a situação do doente. Em certos casos os doentes podem escolher o local onde preferem estar.

Cuidados paliativos em Portugal

Em Portugal, só existem sete unidades que prestam cuidados paliativos. São elas a Unidade de Cuidados Continuados do IPO do Porto, o Serviço de Medicina Paliativa do Hospital do Fundão, o Serviço de Medicina Interna e Cuidados Paliativos do IPO de Coimbra, a Equipa de Cuidados Continuados do Centro de Saúde de Odivelas, a Santa Casa da Misericórdia da Amadora, a Santa Casa da Misericórdia de Azeitão e a equipa de suporte em Cuidados Paliativos do Hospital de S. João do Porto.

A eutanásia e os cuidados paliativos

Os médicos e enfermeiros consideram que praticar eutanásia é mais fácil do que prestar cuidados paliativos, mas dizem que é muito mais gratificante e recompensador proporcionar serviços paliativos.

A maioria das pessoas não tem direito nem acesso a uma assistência diferenciada e qualificada no sofrimento relacionado com a doença terminal. Neste caso, considera-se que é preferível avançarmos com passos firmes e com a preparação de profissionais para prestar cuidados paliativos em vez de se apressar a legalização da eutanásia.

Segundo estudos realizados na Holanda, verificou-se que cada vez mais médicos dizem ter praticado a eutanásia e que cada vez mais doentes a pedem, visto não lhes serem facultados apoios e acessos a cuidados paliativos. Dados de um inquérito do diário Neederlands Dagblad, revelaram que 63 % da população holandesa não quer a eutanásia se o médico lhe garantir uma ajuda eficaz contra a dor.

A importância dos cuidados paliativos

Os cuidados paliativos deveriam de ser encarados como um direito, mas em Portugal “continuam a ser o luxo de alguns, em vez de um direito de todos” (Alexandra Borges, 2007, vídeo).

O serviço nacional de saúde continua a desvalorizar este tipo de cuidados sendo que os considera cuidados menores de saúde. Mas na verdade existem mais vantagens em serem considerados cuidados de saúde essenciais.

Estes serviços de saúde não são dispendiosos, muito pelo contrário. Em muitos casos, os médicos encaram a não cura como um fracasso pessoal e levam os doentes a tomar fármacos desnecessários e a continuar tratamentos como a quimioterapia, mesmo sabendo que estes não os irão conduzir a melhores resultados. Além de se gastar menos dinheiro cuidando das componentes psicológicas e espirituais das pessoas e aliviando-lhes a dor, também estas pessoas acabam por não ter um desgaste físico e psicológico tão grande como teriam se tivessem continuado com esses tratamentos.

Deste modo pode-se concluir que os cuidados paliativos tendem a reduzir os gastos no sistema de saúde para uma melhor racionalização dos meios.

Os cuidados paliativos visam ajudar os doentes terminais a viver tão activamente quanto possível até à sua morte, sendo profundamente rigorosos, científicos e simultaneamente criativos nas suas intervenções.

Estes serviços paliativos têm pois um papel fundamental em proporcionar bem-estar, qualidade de vida e dignidade aos doentes que mesmo sabendo que vão morrer devem continuar a ser considerados pessoas que estão vivas até morrer, e não pessoas que estão na antecâmara da morte.

Conclusão

Pode-se então concluir que os cuidados paliativos se centram na importância da dignidade da pessoa que ainda que doente, vulnerável e limitada, aceita a morte como uma etapa natural da vida.

Estes cuidados tentam ao máximo promover uma vivência activa e intensa da vida do doente até à sua morte e proporcionar um acompanhamento da sua família durante a fase de vida e após a morte deste, reduzindo desta maneira o risco de lutos patológicos (luto em que uma pessoa não se consegue desapegar do indivíduo que faleceu).

Os cuidados paliativos não devem ser encarados como desinvestimentos ou como cuidados sem relativa importância. Não só deve ser um direito a prestação destes cuidados como também deve ser considerado um dever prestá-los a quem mais precisa para evitar situações representativas da falta de cidadania como “Em Portugal quem sofre de doença avançada, crónica, prolongada ou incurável pode ser negligenciado, discriminado ou mesmo abandonado. Normalmente fica condenado ao sofrimento.” (Alexandra Borges, 2007, vídeo).

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Bibliografia

http://www.apcp.com.pt/index.php?n=cuidados-paliativos&cod=79&subCat=79, consultado em 11.11.2009

http://pt.wikipedia.org/wiki/Paliativismo, consultado em 11.11.2009

http://www.portaldasaude.pt/portal/conteudos/enciclopedia+da+saude/cuidados+paliativos/cuidadospaliativos.htm, consultado em 11.11.2009

http://www.psicologia.com.pt/artigos/ver_artigo.php?codigo=A0158&area=d5&subarea=, consultado em 16.11.2009

http://vida.aaldeia.net/eutanasia-cuidados-paliativos/ , consultado em 17.11.2009.

http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx?content_id=624946, consultado em 17.11.2009.

I.R., “Cuidados paliativos são um direito de todos os doentes”, in revista domingo, 18/10/2009,página 9, consultado a 01/11/2009

http://www.youtube.com/watch?v=FlWURfcqytg, consultado em 14.11.2009

http://www.youtube.com/watch?v=a8hgxGcDG6M&feature=related, consultado em 14.11.2009

http://www.youtube.com/watch?v=wdYHp-4nHzA&feature=related, consultado em 14.11.2009

Susana Martins
A CRENÇA NA CURA
Projecto de Investigação

1. Tema geral: Domínio Mental

2. Tema específico: A Religião e a Medicina

3. Título do trabalho: A Crença na Cura

4. Pergunta a que o trabalho responde: Existe alguma relação entre a crença religiosa e a cura de doenças?

5. Programa: para elaborar este trabalho baseei-me num artigo da revista Visão sobre este mesmo tema e em algumas pesquisas realizadas na Internet. Pretendo abordar os seguintes pontos: Factos históricos – A medicina e a religião; O Cérebro e a Fé; O efeito placebo; A influência da comunidade religiosa.

Susana Alexandra Maia Lourenço Martins

12º3 /nº17

Cascais, 8 de Dezembro de 2009

Introdução

À centenas de anos atrás acreditava-se piamente que existia uma clara relação entre a cura de doenças e as práticas religiosas. Era solicitada frequentemente a ajuda de curandeiros e sacerdotes aquando a existência de casos de enfermidade.

Hoje em dia, devido a mudanças de mentalidades, valores e do meio onde estamos inseridos, as pessoas deixaram de considerar a fé como o principal “ instrumento” de cura.


Já foram diversos os estudos realizados acerca deste assunto: Será que existe realmente uma relação entre a fé e a cura?

Neste artigo abordei alguns pontos que considero importantes acerca deste tema. Esses pontos são os seguintes: Vida depois da morte; Factos históricos – A medicina e a religião; O Cérebro e a Fé; O efeito placebo; A influência da comunidade religiosa.

A vida depois da morte

A medicina e a religião têm pelo menos um aspecto em comum: ambas podem ser interpretadas como reacção à perspectiva da morte. Enquanto que a ciência não faz referências a uma possível vida no além, as diferentes crenças religiosas apresentam teorias sobre a vida depois da morte.

No hinduísmo acredita-se na encarnação e no karma, sendo que o nosso estatuto na próxima vida depende das acções praticadas nesta; no cristianismo acredita-se na existência do céu e do inferno, estando o nosso destino condicionado pelas nossas acções e fé; no islamismo, os muçulmanos acreditam no dia do julgamento final em que os mortos serão conduzidos para o paraíso ou para a danação; no budismo, crê-se na doutrina da reincarnação que só acaba na libertação final – Nirvana; a religião judaica não se manifesta muito sobre uma possível vida depois da morte; para os taoistas, a vida e a morte são etapas transitórias do Tao.

Factos históricos – A medicina e a religião

Antigamente acreditava-se que as doenças estavam relacionadas com processos mágicos e religiosos, e que eram o resultado de pecados cometidos pelos pacientes. Assim sendo, as pessoas acreditavam que a sua cura dependia sobretudo de tratamento religioso/sacerdotal.

O poder da oração era considerado de extrema importância pela população, na sua maioria crente.

Em 1872, Francis Galton afirmou que os monarcas deviam viver mais tempo visto que milhares de pessoas rezavam diariamente por eles. Os seus estudos vieram a demonstrar precisamente o contrário (possivelmente devido à alimentação das famílias reais).

Em 1988, foi realizado um estudo pelo cardiologista Randolph Byrd que conclui que os doentes cardíacos pelos quais as pessoas rezavam tinham um melhor comportamento do que aqueles que não eram objecto de oração. Outro estudo em 2005, levado a cabo por Herbert Benson, pôs em causa essa constatação.

O Cérebro e a Fé

O lóbulo parietal é considerado o centro da actividade espiritual no cérebro. Esta massa central de tecido é responsável por processar as entradas sensoriais, proporcionando assim um maior efeito transportador (efeito provocado pela acção do lóbulo parietal aquando rezamos ou meditamos dando-nos a sensação de perda do sentido do mundo ou que dissolvemos os nossos próprios limites do corpo).

Enquanto oramos existem várias partes do nosso cérebro em funcionamento. Quando as pessoas estão a rezar são os lóbulos frontais que assumem um papel principal, visto que têm a seu cargo a concentração e a focagem. Durante uma oração muito profunda, o lóbulo parietal apaga-se e é isso que nos proporciona a sensação transportadora.

Os lóbulos frontais ficam mais calmos quando os fiéis estão envolvido numa algaraviada que se alia com a experiência subjectiva do orador de não conseguir controlar o que está a dizer.

Através de estudos realizados, pôde-se concluir que existem alterações permanentes que se dão no cérebro das pessoas que se dedicam à meditação e à oração. Essas alterações reflectem-se no engrossamento dos lóbulos e numa tendência para apresentar uma assimetria no tálamo. Depois de experiências feitas em pessoas que se tinham dedicado à prática da meditação, pôde-se concluir que as alterações sofridas pelo seu cérebro lhes contribuíram para um melhoramento da memória.

O efeito placebo

A crença numa cura pode conduzir a alterações corporais reais. O placebo é uma substância farmacêutica inerte e sem qualquer princípio activo. A administração deste preparado com um objectivo terapêutico é responsável pelo efeito placebo, ou seja, a resposta do organismo a um agente não medicamentoso. Muitos médicos consideram que o placebo é uma intervenção que não apresenta um efeito específico na doença, mas que é melhor do que nenhuma intervenção. O simples facto de se acreditar que o placebo pode curar, leva a que as pessoas realmente demonstrem melhoras no seu estado clínico, como por exemplo na redução de tumores.

Se se considera que acreditar num comprimido pode ter tanto poder, então acreditar em Deus e na doutrina religiosa deverá ter mais, visto serem algo que toca os crentes mais profundamente que a farmacologia.

A influência da comunidade religiosa

O sociólogo Neal Krause tem vindo a desenvolver um estudo sobre o modo como os fiéis ultrapassam os seus problemas económicos, o stress e outras doenças. Nessa investigação constata-se que os paroquianos beneficiam quando recebem o apoio social da igreja. As pessoas que mantêm um sentimento de gratidão pelo que corre positivamente na sua vida apresentam menor incidência de depressão. Noutro estudo também por ele realizado pôde-se concluir que as pessoas que acreditam que a sua vida tem significado vivem mais do que as pessoas que não acreditam.

Outro exemplo claro da influência das comunidades religiosas é o das igrejas afro-americanas. No início da história americana, as igrejas eram as únicas instituições que os negros podiam criar e gerir, o que levou a que se tornassem numa parte importante da sua cultura. Estas igrejas têm vindo a desenvolver um importante papel na maximização da ligação entre a fé e a saúde. Devido à incidência frequentemente elevada de obesidade, hipertensão e outras doenças relacionadas com o estilo de vida dos afro-americanos, Marci Campbell (professora de Nutrição da Universidade da Carolina do Norte), ajudou a lançar um projecto em que 50 igrejas tinham como objectivo ajudar cerca de 2500 paroquianos a alimentarem-se melhor e a fazerem mais exercício físico de maneira a criarem hábitos de vida saudáveis. Algumas das medidas tomadas consistiam em integrar temas como a saúde nos sermões dos pastores e em levar as igrejas a servirem alimentos mais saudáveis nas festas comunitárias. Este projecto teve tanto sucesso que acabou por se estender a nível nacional em colaboração com o Instituto Nacional do Cancro e com a Sociedade Americana de Oncologia.

Conclusão

Na verdade, não existe nada porque se reze ou medite tanto como pela saúde. Dados científicos demonstram que existe um impacto positivo da religião sobre esta.

Já está provado que as pessoas que participam em práticas religiosas correm menor risco de morrer do que os descrentes. Isto pode dever-se ao facto de que as pessoas que integram uma comunidade religiosa terem maior tendência para dependerem umas das outras para obterem amizade, apoio e idas ao médico.

A crença numa religião esclarecida ajuda na aceitação de doenças, deficiências e morte de entes queridos. Para os fiéis saber que tudo é temporário e que nenhuma dor, carência ou doença é eterna, torna mais fácil a sua vivência terrena.

A fé e a crença não são somente questões da mente, pois a componente física da pessoa é também envolvida pelo meio. O simples acto de entrar numa casa de devoção expõe o doente a uma série de visões (como a arquitectura dos edifícios religiosos), odores, sons (como a música), sabores e outras sensações que através da captação dos órgãos sensoriais motivam o cérebro e o corpo para a cura.

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Bibliografia

Time Magazine (tradução) , ( 19/02/2009), Visão, consultado a 23 de Novembro de 2009

Dorling Kindersley (1992) Enciclopédia de Medicina . Lisboa, Selecções do Reader’s Digest

http://www.saude-mental.net/pdf/IJPCP_vol3_n2_editorial.pdf , consultado a 6 de Dezembro de 2009

http://psycnet.apa.org/?fa=main.doiLanding&uid=1994-38583-001, consultado a 6 de Dezembro de 2009

http://www.jam.org.pt/index.php?option=com_content&task=blogcategory&id=98&Itemid=233 , consultado a 8 de Dezembro de 2009

http://www.infopedia.pt/$medicina-egipcia, consultado a 8 de Dezembro de 2009

http://www.ipv.pt/millenium/Millenium25/25_27.htm, consultado a 8 de Dezembro de 2009

http://www.infopedia.pt/$placebo,2, consultado a 8 de Dezembro de 2009

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Última actualização: 13 de Dezembro de 2009
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