José Prudêncio
Escola no Ano Zero
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Taanit Corrêa
O Sentido da Vida no Paganismo
Projecto de Investigação

1. Tema geral: Sentido da Vida

2. Tema específico: Paganismo

3. Título do trabalho: O Sentido da Vida no Paganismo

4. Pergunta a que o trabalho responde: Qual o sentido da Vida de um Pagão? No acreditam?

5. Programa: Explicarei o sentido da vida dentro do paganismo e as suas leis básicas.

Taanit Laube Marx Câmara Corrêa

Turma 3, Número 18

Estoril, 16 de Novembro 2009

Introdução

Este trabalho pretende esclarecer a ideia do senso comum sobre o Paganismo, e as suas filosofias sobre o sentido da vida. Também pretende mostrar que no Paganismo não existe apenas o culto a deuses e deusas, mas que as suas crenças podem ser aplicadas no dia-a-dia de forma racional.

Que significa ”pagão”?

Paganismo e pagão têm a sua origem na palavra latina “paganus” que significa literalmente “pessoa que habita no campo”. Esta designação, criada pela Igreja, é uma referência ao período em que os cultos urbanos do Império Romano estavam a ser convertidos para a nova religião, Cristianismo, enquanto os habitantes rurais continuavam a praticar os velhos caminhos.

Este vocábulo foi utilizado para designar as religiões rurais de uma forma pejorativa. Ao longo dos séculos a palavra "pagão" tornou-se num insulto aplicado aos seguidores do islamismo pelos cristãos e vice-versa, e, pelos protestantes e cristãos para designarem como "seguidores da falsa religião". No início do séc. XX obteve um significado ligado aos ateístas, agnósticos, hedonistas, etc.

Actualmente a palavra tem um significado completamente diferente, o Paganismo é um termo geral para as religiões politeístas ou panteístas sejam antigas ou novas e pagão é o adjectivo para aqueles que praticam o Paganismo.

A velha religião Peninsular

Em cada região, uma Divindade; a cada espírito Criador o seu espaço! Os nossos ancestrais adoravam os seus Deuses com cultos diferenciados entre tribos e regiões e amavam e respeitavam os lugares e espíritos da Natureza, colhiam e caçavam com bravura e respeito. E conforme ocorre com outras religiões, os praticantes desta absorveram elementos de diversas culturas e povos, tais como os Celtas. Podemos por isso verificar várias crenças comuns. Mas em função da intolerância religiosa esta religião, tal como muitas outras, teve de se ocultar o que dificultou a sua divulgação, levando ao desaparecimento e decadência das filosofias e leis seguidas pelos praticantes.

Princípios básicos Pagãos

No paganismo existem quatro princípios básicos, nos quais a maioria dos pagãos concordará e que, de facto, ate mesmo pessoas não pagãs poderão concordar. Estas não são regras rígidas e puníveis por algum ser divino omnipotente, mas podem ser antes vistas como leis morais ou guias para viver a vida.

Muitos pagãos poderão ter ideias e princípios diferentes que regem as suas vidas de forma diferente, pois não nos podemos esquecer que os pagãos são pessoas diferentes entre eles e dentro do paganismo existem varias crenças, e ninguém tem as respostas certas.

1. Faz o que quiseres, desde que não prejudique alguém.

Penso que não será necessário explicar demasiado este ponto, apenas sublinhar que é o mais importante e básico de todos, e que comprova que estes princípios não são regras religiosas restritas nem têm como objectivo causar medo aos crentes. Mas isto não significa que o indivíduo seja livre de fazer tudo o que quer, quando quer. Significa apenas dizer que antes de agir deverá pensar nas consequências dos seus actos e ponderar se essas consequências serão boas ou más para os outros e para si mesmo. Todos deveriam ser livres de agir de acordo com a sua consciência, sem serem detidos por opiniões e atitudes contrárias de outras pessoas. É ser você mesmo, descobrir aquilo em que você acredita e pensa, e não se limitar a imitar os outros. É certificar-se de que se sente seguro e feliz com a sua vida e dia-a-dia, independentemente da sua escolha espiritual.

2. Respeito e reverencia à Natureza.

Os pagãos acreditam que tudo no planeta Terra está vivo, e como tal, também tudo isso faz parte do que faz o próprio planeta viver. Acreditam portanto que, tal como as árvores que são uma parte tão extensa da Terra, também as pessoas fazem parte da Natureza. Acreditam que tudo o que acontece no planeta nos afecta de alguma forma. Isto porque somos uma parte importante do planeta, e o planeta é uma grande parte de nós. Por este motivo os pagãos acreditam que a Natureza deve ser respeitada, amada e protegida.

3. Lei do Retorno.

Esta lei é muito conhecida e aplicada universalmente, mesmo em campos mais científicos, como a física, no Princípio de Newton ou Lei Acção-Reacção. Existem pois, causas e efeitos. Tudo o que recebemos, em quantidade ou qualidade, está condicionado ao que dermos. Num exemplo mais simples, e um ditado popular, “Quem semeia ventos, colhe tempestades.” E isto mostra também o núcleo da Lei, pois de acordo com os pagãos não recebemos na mesma quantia que damos, recebemos três vezes mais. Um acto bom nos trará consequências três vezes melhores, um acto mau nos trará consequências três vezes piores.

4. Reconhecimento de uma Deusa e um Deus.

Ao contrário de algumas religiões, o Paganismo acredita num Deus e também numa Deusa, e ambos vivem neste mundo fazendo parte da Natureza, e portando de nós próprios. Porque o masculino e feminino são diferentes e porque ambos são necessários para que o mundo não pare, os pagãos acreditam que a Natureza também tem um pouco de ambos os lados. Por exemplo, a raposa é uma criatura rápida e inteligente, e é assim que o Deus é visto como parte da raposa. Mas também se preocupa com as suas crias, abdicando do seu próprio conforto para mantê-las quentes e confortáveis, isto então é visto como a Deusa nessa mesma raposa. Sem a sua inteligência e rapidez a raposa não seria capaz de alimentar as suas crias e mantê-las seguras, e sem as crias não seria possível a continuação da espécie. Assim, podemos ver que o Deus e a Deusa completam-se e trabalham em conjunto para manter a ordem do Mundo. Mas estes deuses não são do tipo “bondosos” e “que tudo perdoam”, pois tal como os opostos “feminino”/“masculino” são necessários para a existência do outro, o bem e o mal também o são, e por isso não existe uma entidade que representa o Bem e outra que represente o Mal.

Os Deuses e Deusas

No paganismo os Deuses e Deusas são personificações dos elementos, da forças Naturais. Como seres humanos temos a necessidade de nos sentirmos protegidos e sabermos que há alguém ou alguma coisa em quem podemos contar sempre. Os pagãos, como seres humanos, também sentem essa necessidade, e juntando o amor pela Natureza e esta necessidade, nasceram os deuses pagãos, e dizer-se que acredita no Vento, nas Ondas do Mar, na Terra, nas forças que fazem a Terra mover-se, é o mesmo que acreditar nos deuses que representam esses elementos, apenas com um nome diferente.

Conclusão

Estas leis ajudam-nos a perceber o sentido da vida de um pagão. Claro de existe uma parte mitológica, como é característico de qualquer religião. Mas o que se pretende mostrar é que o paganismo vai alem disso, que não se foca apenas em rituais e magia. O seu núcleo é amar a Natureza, respeita-la e compreende-la no seu todo e fazer parte activa dela. Pode-se concluir então que o sentido da vida de um pagão é ter uma vida digna entre os seres vivos, prejudicando o mínimo possível os outros, adorando a Natureza e os seus representantes (Deuses ou formas Naturais) e aprender a amar-nos a nos próprios.

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Bibliografia

Pagan Federation. Online in http://www.pt.paganfederation.org/, consultado em 6.11.2009

Anonimo1 (2006-2009) Templo de Avalon . Online in http://www.templodeavalon.com/, consultado em 6.11.2009.

O’Hara, Gwydion (2002) Pagan Ways, Llewellyn Publications.

Taanit Corrêa
Heil Hitler??
Projecto de Investigação

1. Tema geral: Ética

2. Tema específico: Aperfeiçoamento da Raça Humana

3. Título do trabalho: Heil Hitler??

4. Pergunta a que o trabalho responde: Será legitimo haver manipulação genética para o aperfeiçoamento da espécie? Poderemos impedir indivíduos com doenças hereditárias de procriarem para impedir a transmissão e continuação da doença?

5. Programa: Explicar conceitos como: Eugenia, Aperfeiçoamento da raça humana. Ética e moral aplicada e Genética e Reprodução.

Taanit Laube Marx Câmara Corrêa

Turma 3 ; Número 18

Parede, 10 de Dezembro 2009

Introdução

A ideia de eugenia passou a ser bastante controversa após a Segunda Guerra Mundial, em que os Nazis defendiam a ideologia da pureza racial, pois isto se originou num Holocausto. Mesmo com a cada vez maior utilização de meios científicos para o melhoramente genético de plantas e animais, existem muitas questões éticas quanto ao seu uso nos seres humanos.

Mas para alem da manipulação genética para o melhoramento da espécie humana também podemos considerar o problema da continuação de doenças hereditárias, por exemplo permitir a reprodução de portadores de HIV/SIDA.

Eugenia

Posso então começar por explicar a eugenia. Eugenia é um termo criado por Francis Galton, significando “bem nascido”. É então o estudo dos agentes sob o controle social que podem melhorar ou piorar as qualidades raciais das futuras gerações seja física ou mentalmente.

A Perfeição

A ideia do aperfeiçoamento da espécie humana pressupõe uma ideia de “Perfeição”. Isto já torna este tema bastante subjectivo, pois a “Perfeição” não é uma ideia igualmente partilhada por todos. Podemos ainda concluir que essa procura pela perfeição iria aumentar a diferenciação entre os mais próximos da perfeição, e os mais longínquos, admitindo que é impossível alcançar a Perfeição, sendo o ser humano um ser insaciável. Portanto, quanto maior e mais bem definida for a ideia de perfeição, e essa definição for admitida como certa para a maioria significa haverá uma minoria fora dos padrões de perfeição, o que poderá originar uma de três:

-o conceito de perfeição muda

-volta-se ao ponto inicial em que não existe perfeição

-existira uma grande descriminação dos “imperfeitos”, o que em casos extremos poderá originar crimes racistas.

Quem decide o que é a Perfeição?

Esta é a pergunta chave, pois se deixarmos alguém definir a Perfeição estaremos a entregar a ele poderes de um deus, o poder de nos direccionar a um objectivo, a Perfeição, físico ou mental.

Já que ao definir a perfeição ele estará a julgar quem pode e quem não pode viver, quem é útil e quem é inútil.

Não se pode permitir isso jamais.

Génio de Ontem

O Homem que ontem parecia mal adaptado por suas habilidades mentais pode hoje ser útil e brilhante, e o que por suas características foi brilhante ontem pode estar hoje sem muita importância. Imaginem como seria Einstein visto, com o seu raciocínio abstracto, no Império Romano.

O ser humano tem a capacidade de se adaptar ao meio em que vive, de se integrar na sociedade e cultura em que esta inserido, e por isso em cada época, em cada espaço, um determinado individuo será visto de uma forma diferente do que se estivesse noutra, e provavelmente também não seria a mesma pessoa. Por isso, se mudarmos, ou aperfeiçoarmos o ser humano, estaremos a mudar as suas capacidades naturais e poderemos estar a restringir um “génio”.

Manipulação Genética

Um bom exemplo será o medico nazista Josef Mengele, cujo objectivo no regime de Adolf Hitler era criar uma raça superior. Terminada a guerra e perseguido na Europa ele fugiu para o sul do Brasi e foi morar, em 1963, em uma pequena cidade de colonização alemã, Cândido Godói. Mengele ficou conhecido como o Anjo da Morte pelas experiencias que conduziu nos campos de concentração. A mais conhecida delas eram as experiencias que fazia com gemeos, introduzindo doenças em um e não no outro e depois fazendo o acompanhamento ate que os traços da doença começassem a aparecer, a maior parte das vezes esses “traços” era a morte . Mas para isso ele precisaria de muitos gémeos, já que a maior parte morria durante seus experimentos.

No Brasil ele se apresentou como veterinario, e ofereceu-se para dar apoio medico a grávidas, aproveitando para lhes dar drogas experimentais. Depois da sua chegada, de acordo com o livro Mengele, O Anjo da Morte na América do Sul de José Camarasa, a media de nascimento de gémeos aumentos para 1 a cada 5 partos quando o normal é um 1 para cada 80, sendo a maioria loiros de olhos azuis. Ainda hoje a cidade mantem esta média de um parto de gemeos em cada cinco e esta anomalia a levou para o Livro dos Records.

Doenças Hereditárias

Uma das outras questões do aperfeiçoamento da espécie humana é o problema das doenças hereditárias, como por exemplo o HIV/SIDA. Em Portugal, o Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV) reprovou o recurso à procriação assistida como forma de evitar a transmissão do HIV, em virtude do “risco de orfandade precoce ou a programação livre da vinda de filhos com pais doentes”. Por outras palavras, permitir a reprodução aos portadores de HIV , ainda que com a garantia (oferecida pelas técnicas reprodutivas) de que a descendência nasceria sã , iria contra o melhor interesse do filho, que seria privado “logo à nascença dos benefícios de que dispõem as crianças com progenitores saudáveis”. Mas a saúde não é um dado adquirido para nenhum de nós, pelo que não está excluído que qualquer pai ou mãe recentes venham a padecer de uma doença grave e acabem mesmo por morrer. Claro que em regra o nascimento imediatamente seguido pela morte dos progenitores se refere a uma obra do infortúnio e não a uma acção de pessoas que já transportam consigo um certo risco de morte e, por conseguinte, devidamente pensada e planeada, o que sempre é susceptível de outro tipo de avaliação. Mas note-se que em todos as demais situações de pessoas doentes, e mesmo em risco de vida (casos graves de carcinomas, por exemplo), nunca se pensou em as proibir de ter filhos, ainda que seja quase certo que em breve morrerão.

Para a espécie humana a reprodução não é apenas consequência do instinto animal. Encerra em si consequências que vão muito para além disso e que, em última instância, se ligam à própria ideia de realização da pessoa humana e de dignidade humana. O filho tornou-se, pelo menos na sociedade ocidental, um reflexo de nós mesmos, uma forma de prolongar a nossa existência quando já não estivermos, a garantia de uma imortalidade que pensávamos impossível. Todas estas notas elevam o direito à reprodução à figura de direito humano (no plano internacional) e de direito fundamental (no plano interno).

Este direito está em íntima conexão com vários outros direitos, incontestavelmente reconhecidos na nossa Constituição. Aquele que, em nosso entender, apresentam uma ligação mais directa com ele são o direito ao livre desenvolvimento da personalidade e o direito a constituir família, embora não queiramos deixar de sublinhar o direito à disposição do corpo e o direito à saúde com os seus importantes contributos.

Diversidade Humana

A diversidade Humana é a maior riqueza da espécie humana, apesar de que nem sempre ser valorizada. Mas é ela que tem sido até agora responsável pela sobrevivência da espécie. O ser humano é produto de tudo aquilo que o rodeia: socialização, doenças, culturas, hábitos alimentares. Esses factores são todos eles necessários para nossa evolução do ser humano e de nossos conhecimentos. Até mesmo as doenças foram até aqui importantes pois sem elas não teria havido as adaptações de nosso corpo. Mas hoje com a evolução da medicina já podemos nos livrar de boa parte delas. Mas é na nossa maravilhosa diversidade que vamos encontrar muitas das respostas que a Ciência procura, as respostas que a própria Natureza tem usado em nossa evolução como espécie.

Conclusão

É legítimo e ético usar o conhecimento científico para melhorar a Humanidade mas a questão é como. -Impedir a reprodução de outros indivíduos é hediondo por que estaríamos a entregar a outra pessoa, e não ao próprio individuo, esta decisão. Parece tentador mas foi a partir disso que muitos crimes já foram cometidos, inclusive os crimes em larga escala dos Nazistas.

O problema ético e moral que se coloca nestes casos é que o julgamento do que é bom ou mau fica na mão de outra pessoa e não do interessado. Mas usar a pesquisa genética para o controle e erradicação de doenças hereditárias é absolutamente elogiável e desejável.

E este é um caminho moralmente ético e científico.

Desde que não se utilize este conhecimento para a produção artificial de uma super-raça. Desde que não se utilize este conhecimento para escolher um tipo "ideal" e incentivar sua produção.

E neste caso o motivo ético e moral também é simples e cristalino.

Foi através da combinação infinita dos genes e do DNA, ao longo de milhões de anos, que se chegou à diversidade da raça humana como a conhecemos e é esta diversidade que produz a grandeza do ser humano. Interferir nestas combinações é ir contra o próprio princípio da existência do Homem.

A historia do Homem não é apenas genética e de características físicas, mas é principalmente uma grande viagem sociocultural.

A discussão sobre ciência e ética, precisa ser vista na perspectiva de que o homem é um ser capaz de ser sujeito do conhecimento e da ação. Portanto no campo ético, tudo aquilo que tira ou diminui essa dimensão de sujeito é considerado errado. A fascinação da clonagem e da engenharia genética representa uma conquista enorme da biologia e nos dão a sensação de que o homem está “a brincar” de Deus. Portanto a maior luta a favor da ética e da moral na ciência e em geral é a luta pelos direitos humanos.

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Bibliografia

(2009) AIDS Congress. Online in http://www.aidscongress.net/, consultado em 10.12.2009.

(2009) Wikipédia. Online in http://pt.wikipedia.org/wiki/Eugenia#cite_note-1, consultado em 10.12.2009.

(2009) Partido Comunista Português. Onlne in http://www.pcp.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=4374&Itemid=196, consultado em 10.12.2009.

(2009) Com Ciência. Online in http://www.comciencia.br/comciencia/handler.php?section=8&edicao=8&id=43, consultado em 10.12.2009.

(2009) Época. Online in http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI24803-15228,00-NAZISTA+JOSEF+MENGELE+CRIOU+CIDADE+DOS+GEMEOS+BRNO+RIO+GRANDE+DO+SUL+DIZ+JO.html, consultado em 10.12.2009.

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Última actualização: 13 de Dezembro de 2009
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