José Prudêncio
Escola no Ano Zero
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Mariana Silva
Crítica: “Um elogio disfarçado”
Projecto de Investigação

1. Tema geral: Domínio Mental

2. Tema específico: Medo da crítica

3. Título do trabalho: Crítica: “Um elogio disfarçado”

4. Pergunta a que o trabalho responde: Qual a origem deste medo e quais as suas principais consequências.

5. Programa: Para a elaboração deste trabalho vou recorrer à pesquisa de sites na internet, bem como, aos estudos realizados por Bertrand Russell sobre a afeição e o medo da opinião pública no seu livro “A conquista da felicidade”.

Mariana Pereira Maia da Silva

Nº 13 12º 3

Estoril, 18 de Novembro de 2009

Introdução

“Poucas pessoas podem ser felizes se a sua existência e a sua concepção do mundo não forem aprovadas, no conjunto, por aqueles com quem têm relações sociais e especialmente por aqueles com quem vivem.” (Russel, 1930,p.121). Esta concepção do mundo leva as pessoas a ter medo de partilhar a sua opinião com medo de ser criticados, por pensar ou agir de maneira diferente. Hoje em dia é cada vez mais difícil aceitar uma crítica, esquecemos que esta pode ser positiva e se não o for continua a ter um propósito que não é tão mau como o imaginamos.

A evolução do conceito de medo

Paralelamente à evolução da humanidade outros conceitos também evoluíram, nomeadamente, o conceito de medo. O medo de hoje não é o medo de há milhões de anos atrás, em que este era só referente à sobrevivência. Hoje em dia, correm pela sociedade uma série de novos medos, como o medo da pobreza, da mudança, da crítica social e assim por diante, todos estes novos “tipos de medo” impedem-nos de viver em pleno com os outros e tornamo-nos prisioneiros dos nossos medos. Tudo isto resulta do facto de vivermos numa sociedade que está divida em grupos muito diferentes na sua concepção do mundo, não existe um consenso sobre quase nenhum assunto. Esta divergência de opiniões é um factor que leva o medo que cada um tem de ser julgado a aumentar e, consequentemente a fechar-se a contactos sociais, afectando a sua maneira de ser e agir.

A origem do medo de ser julgado e suas consequências

Quase toda a gente, para ser feliz e estar de bem com os demais, tem necessidade de estar inserido num ambiente em que se sinta em concordância com o meio, atitudes e crenças do mesmo. Na grande maioria é assim, visto que, por algum acaso somos colocados no meio certo, não se chama “acaso” mas sim tendência para adoptar preconceitos e ideias feitas da comunidade em que estamos, adoptamos estas visões enquanto crescemos e muitas vezes não nos damos ao trabalho de as questionar nem modificar para se tornarem mais pessoais. Esta atitude leva-nos a crer que o meio em que vivemos representa o mundo inteiro e as suas crenças.

No entanto, como em tudo, existem excepções, neste caso são aqueles que decidem justamente questionar as crenças que lhe foram incutidas com o propósito de as tornar mais credíveis e procurar analisa-las à luz da razão. Nesta situação as consequências são claras, desde logo a desaprovação familiar e seguidamente a exclusão do grupo social. Por isso as pessoas que se sentem desajustadas são pessoas difíceis de lidar, com um comportamento frio em relação aos outros. Isto não é mais que uma tentativa de protecção, visto que no fundo tudo o que uma pessoa quer é ser aceite como é pelos demais.

Nesta situação existem desde já vários equívocos, primeiro devemos ter uma mente aberta e pelo menos respeitar as convicções dos que pensam diferente de nós e segundo a pessoa “julgada” deve desde logo adoptar uma posição construtiva face à crítica e tentar ser forte de espírito e conseguir mudar a opinião dos outros, fazendo-se respeitar. Estas situações de “horror” perante a crítica são resultado da ideia errada que temos dela, a critica sendo positiva ou negativa tem como objectivo fazer um reparo com vista a melhorar e fortalecer as opiniões, concepções em questão.

No entanto, no decorrer do tempo fomos assumindo a crítica com um valorativo sempre negativo, resultado da nossa dificuldade em aceitar fraquezas. O mesmo se passa quando uma pessoa se sente julgada, não consegue ser forte de espírito e tomar uma atitude para mudar o curso das coisas, torna-se insegura e tenta vingar-se dos outros em vez de os tentar fazer aceita-la. Quer que o mundo se ajuste a ela, mas em nada quer contribuir para isso, espera acordar um dia e que tudo esteja diferente.

É típico das pessoas que se sentem desajustadas criar fantasias de um mundo onde todos são como ela, o problema de um mundo cheio de “robots” idênticos é que existiram sempre conflitos, sempre alguém a tentar destacar-se. Faz parte da natureza humana querer ser superior, o dito melhor que todos os outros.

Mas isso nem passa pela cabeça daquelas pessoas, elas querem sentir-se iguais aos outros a todo o custo, mas nada fazem para o tornar real, pois são pessoas introvertidas que há muito cortaram laços com o resto do mundo por não saberem que uma crítica ou julgamento deve ajuda-los a tornar-se mais fortes e não o contrário. Estas pessoas desistem de fazer a diferença e de tentar mudar a opinião aos que as rodeiam para não se sentirem ainda pior, no entanto como diz Fernando Pessoa “Realmente, quem se esquiva a um combate não é derrotado nele. Mas moralmente é derrotado, por que não se bateu” (Pessoa, 2009, p.49).

O que pudemos mudar

Primeiro é necessário que a humanidade aprenda a difícil lição do respeito pelos outros, para que todos possamos perceber a riqueza que é pudermos viver num mundo com tanta diversidade de culturas. Devemos trabalhar para o bem comum e fazer com que todos se sintam integrados e respeitados onde quer que estejam. É importante ainda conseguir mudar desvalorização da crítica e entendê-la como um importante instrumento de crescimento e que nos torna mais visíveis naquilo que fazemos, pois só quem se empenha num assunto e tenta ser bom nele é que é susceptível de ser criticado. No entanto também devemos saber fazer com bom uso da crítica e usa-la com propriedade e não para ferir os sentimentos de ninguém com críticas e julgamentos desnecessários. Por isso entendamos a crítica como um “elogio disfarçado”. Para os que se sentem julgados e criticados importa dizer que tenham força para fazer algo mais que não seja esperar que o mundo se adapte a eles, ensinem os outros a ser tolerantes, pois tolerância gera tolerância e consequentemente mais respeito.

Conclusão

O medo da crítica surge-nos como reflexo da insegurança causada pelo sentimento de desajuste face à comunidade em que se está inserido. Este sentimento tem consequências para a própria pessoa mas também para quem a rodeia. Primeiro esta pessoa torna-se mais fria, introvertida e pode ainda querer vingar-se dos demais. Para quem está em redor é muito mais difícil lidar com esta pessoa seja em que ambiente for, o que causa um mau ambiente para todos. Conclui-se assim que é preciso saber fazer uma critica e segundo é preciso saber ouvi-la.

6319 Caracteres

Bibliografia

Russell, Bertrand (1930) A Conquista da Felicidade. Lisboa, Guimarães Editores.

Pessoa, Fernando (2009) O Banqueiro Anarquista. Lisboa, Guimarães Editores.

Rohden, Valério (SD) Quem tem medo da Filosofia. Online in

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Araújo, A.C.A (SD) O Medo da crítica (Estudo psicológico). Online in http://antonioaraujo_1.tripod.com/psico1/portugues/critica/critica.html, Consultado em 12/11/2009

Estúdio 11 (27/09/2009) Porque temos medo da crítica. Online in http://estudio11.blogspot.com/2009/09/porque-temos-medo-da-critica.html, Consultado em 12/11/2009

Machado, Alexandre (23/6/2009) Medo da Critica. Online in http://problemasfilosoficos.blogspot.com/2009/06/medo-da-critica.html, Consultado em 12/11/2009

Graef, Frederico (11/0272009) Medo. Online in

http://www.artigonal.com/carreira-artigos/medo-765683.html, Consultado em 12/11/2009

Mariana Silva
Falta o 2º Trabalho
Projecto de Investigação

Estoril, 11 de Dezembro 2009

Introdução

A

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Última actualização: 13 de Dezembro de 2009
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