José Prudêncio
Escola no Ano Zero
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Daniel Moutinho
Legalização das Drogas Leves

Projecto de Investigação

1. Tema geral: Domínio Mental

2. Tema específico: Drogas Leves

3. Título do trabalho: Legalização das Drogas Leves

4. Pergunta a que o trabalho responde: Devemos ou não legalizar as drogas leves no nosso país?

5. Programa: Irei utilizar como método principal de pesquisa a internet. Procurarei saber quais os verdadeiros malefícios e os possíveis benefícios das drogas leves, os seus prós e contras. Procurarei ainda saber quais as opiniões a favor e contra no nosso país e os seus argumentos e darei ainda a minha opinião no final.

Daniel Alexandre Carvalho Moutinho Santos

12º 4, Nº 23

Estoril, 18 de Novembro 2009

Droga: Definição

Considera-se ‘droga’ todo o tipo de substância, natural ou sintética, que induza mudanças no nosso organismo, quer seja ao nível fisiológico, que seja ao nível psíquico. Incluem-se também aqui todas as substâncias de aplicação médica.

Estas substâncias levam o indivíduo que as toma à necessidade de, progressivamente, ir administrando doses cada vez mais elevadas, ficando por isso dependente do produto.

Quando o indivíduo deixa de repente de satisfazer a sua dependência, sofre alterações consideráveis e bastante graves, deixando o organismo de funcionar normalmente. Esta dependência varia muito de sujeito para sujeito (em função da idade, tolerância à droga, tipo de substância, etc.), no entanto, ela por vezes é tão forte que leva o indivíduo a empregar todos os meios possíveis (por vezes ilegais) para satisfazer a sua necessidade.

Apesar de esta dependência variar de pessoa para pessoa, sempre que se suspende de forma abrupta o consumo de narcóticos, uma sequência de sintomas é comum a todos os indivíduos, sintomas esses que se designam por ‘Síndrome de Abstinência Narcótica’.

Esses sintomas, que se estendem essencialmente e na sua plenitude durante dois dias (aproximadamente), resumem-se essencialmente à ansiedade, lacrimejamento, fraqueza geral, dilatação das pupilas, tremores musculares, mudanças de temperatura, dores variadas, insónias, náuseas, vómitos, aumento da frequência respiratória, pulso rápido, aumento da pressão arterial, febre, diarreia, ejaculação ou orgasmo espontâneo, perda de peso, desidratação clínica, aumento dos leucócitos sanguíneos, aumento da glicose sanguínea, etc.

Já o ‘Síndrome de Abstinência no recém-nascido’, ocorre normalmente após 48 de parto de uma gestante viciada em narcótico, destacando-se os seguintes sintomas: febre, tremor, irritabilidade, vómitos, insuficiência respiratória, convulsões, choro agudo, muitas vezes ocorrendo a morte do recém-nascido.

Se a dependência não for interrompida, o vício levará naturalmente à morte do consumidor.

É essencialmente neste ponto (morte) que existe a distinção entre drogas leves e pesadas.

Diferença entre Drogas Leves e Pesadas

As drogas leves mais conhecidas são a marijuana (ou cannabis), o haxixe, anfetaminas e alguns analgésicos e tranquilizantes.

Do ponto de vista legislativo, não existe diferença entre drogas leves e pesadas, existe sim, entre drogas lícitas e ilícitas.

Consumir uma droga leve ou uma droga pesada, é do ponto de vista da lei, igual. No entanto, as suas consequências para a saúde são muito distintas, sendo estas muito mais graves no que diz respeito às drogas pesadas.

Malefícios e Benefícios

Existe neste momento um debate em Portugal (e em muitos outros países) sobre a legalização da Cannabis ou Marijuana.

No que diz respeito a esta droga, as suas consequências podem perfeitamente ser comparáveis ao álcool e essencialmente ao tabaco. Tem um grau de dependência bastante reduzido comparando com as drogas pesadas (e equivalente ao álcool e ao tabaco) e os seus efeitos nefastos são praticamente os mesmos que o tabaco. A única diferença é que poderá afectar o normal funcionamento do cérebro (sendo no entanto preciso anos de consumo abusivo).

Relativamente aos benefícios, a cannabis contribui para uma perda considerável do medo e do stress, uma diminuição da dor em seropositivos, actua como uma boa medicação para os viciados passarem a consumir drogas leves em vez de pesadas; trás também benefícios para os doentes com a esclerose múltipla, diminui a agressividade, provoca uma sensação constante de bem-estar, combate as alergias de pele, etc.

Posições assumidas no nosso país

Realiza-se todos os anos em várias cidades de todo o mundo, a Marcha Global da Marijuana. Em Portugal, esta marcha percorre as ruas de Lisboa, Porto, Coimbra e Braga e possui um pequeno manifesto referente à Legalização da Marijuana.

Os organizadores defendem a legalização e regulamentação da cannabis para todas as suas utilizações, que incluem o consumo e cultivo pessoal, aplicações na medicina e alimentação, passando pela produção de fibra, pasta de papel, energias alternativas (biomassa, bioetanol), etc. Defendem também a descriminalização total do consumo de cannabis por adultos e o encorajamento do estudo e da pesquisa das muitas utilizações benéficas da planta para o seu uso industrial, social, recreativo e medicinal.

Segundo esse manifesto, a legalização da Marijuana não só permitiria a igualdade de estatuto em relação a outras substâncias legais com iguais ou piores consequências (como o álcool ou o tabaco) mas também impediria que um consumidor tivesse que adquirir o produto de forma ilegal, evitando assim a compra de produtos adulterados (esses sim, verdadeiramente prejudiciais à saúde) e também o financiamento a redes criminosas, passando assim o estado a ganhar milhões de euros com impostos.

A nível partidário existem essencialmente três posições no nosso pais, duas a favor e uma contra. O Partido Socialista e o Bloco de Esquerda são a favor, enquanto o CDS/PP é contra.

O Partido Socialista defende a separação dos mercados das drogas leves relativamente às drogas duras e ainda a descriminalização. Apesar de apoiarem a Marcha Global da Marijuana, não participam nela pois não concordam com a totalidade do manifesto.

A posição do Bloco de Esquerda é muito idêntica à do Partido Socialista, com a excepção de participarem activamente na marcha, assumindo-se neste momento como os principais apoiantes da causa a nível político no nosso país.

Já o Partido Popular (CDS/PP), um partido assumidamente mais à direita, é contra a legalização por recusarem a via do facilitismo. Dizem que legalizar não resolve o problema, pois o tráfico continua a existir. Defendem sim o reforço policial, o controlo e o ataque ao tráfico. Apesar desta posição, aceitam a descriminalização do consumo pois não acham que o consumo seja crime.

Conclusão

Para concluir irei dar a minha opinião. É óbvio, e visível neste trabalho (que se figura como um simples resumo) que as consequências das drogas leves não justificam a sua ilicitude. Os benefícios próprios que a droga também pode trazer ao organismo e os benefícios que a sua legalização poderia trazer (não só à população como à economia) são por demais justificações para a sua legalização. Sou portanto a favor da legalização.

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Bibliografia

SHVOONG (2009) Drogas leves (legalização do cannabis). Online in http://pt.shvoong.com/social-sciences/anthropology/1619319-drogas-leves-legaliza%C3%A7%C3%A3o-cannabis/, consultado em 8.11.2009

Anti-drogas (2009) Drogas. Online in http://www.antidrogas.com.br/oquedrogas.php, consultado em 18.11.2009

Marcha Global da Marijuana (2009) Manifesto. Online in http://www.mgmlisboa.org/, consultado em 18.11.2009

Daniel Moutinho
Diabos Vermelhos
Projecto de Investigação

1. Tema geral: Sentido da Vida

2. Tema específico: Grupos de Apoio Organizado

3. Título do trabalho: Diabos Vermelhos

4. Pergunta a que o trabalho responde: Como surgiram e se desenvolveram os Diabos Vermelhos e qual o seu modo de apoio?

5. Programa: Pesquisarei sobre a história da claque e procurarei também saber quais os seus ideias, os motivos da sua paixão e o seu modo de apoio (utilizando a internet como método de pesquisa).

Daniel Alexandre Carvalho Moutinho Santos

12º 4, Nº 23

Estoril, 12 de Dezembro de 2009

Nascimento e primeira década

Os Diabos Vermelhos são um grupo de apoio organizado ao clube desportivo português Sport Lisboa e Benfica, sendo uma das claques mais antigas de Portugal e a mais antiga do clube.

A claque foi criada em Novembro de 1982 (época desportiva de 1982/1983) por um grupo de sócios activos do Benfica que habitualmente se reunia na bancada central do 2º anel do antigo Estádio da Luz. Provavelmente bastante incentivados pela excelente campanha que a equipa de futebol realizava na Taça UEFA (foi finalista vencida) e pelo factor ‘novidade’, a claque experienciou um rápido crescimento.

Assumindo-se desde logo como ‘ultras’, tinham um estilo muito próprio para a época. Primando pelo excesso, a claque apostava nas bandeiras gigantes e utilizou desde logo muitas tochas e potes de fumo (sendo os primeiros em Portugal). A nível vocal, não sendo muito originais, eram muito ruidosos.

Apesar de acompanharem a equipa para praticamente todo o lado (incluindo para o estrangeiro, onde marcaram presença nas grandes campanhas europeias da equipa), surgiu a necessidade (ainda nos anos 80) de criar os Diabos Vermelhos Norte, garantindo assim a presença do grupo em bom número em todos os jogos no norte do país.

Mais para o final da década, o estilo foi evoluindo começando-se então a utilizar outras cores (para além dos clássicos vermelho e branco utilizados pelo clube) como o preto, o laranja, amarelo, etc.

Diabos Vermelhos nos anos 80

A pior crise

No início de 1992 deu-se a primeira fase negra do grupo. Apesar de contar com excelentes apoios por parte da direcção do clube, divergências internas ditaram uma ruptura (ruptura essa que viria a dar origem a outra claque do clube, os No Name Boys), chegando inclusivamente a haver dois grupos em locais diferentes do estádio com o mesmo nome ‘Diabos Vermelhos’, no entanto o grupo original conseguiu ficar com o nome. O grupo bateu no fundo, pois apesar de nunca ter tido mais que 500 inscritos, conseguia-se sempre juntar muitos sócios e adeptos à sua volta, no entanto, durante este período chegaram a contar com apenas 10 pessoas na bancada.

A falta de alternativas da direcção fez com que surgisse uma nova, impulsionada pelos dois maiores núcleos da altura, Almada e Olivais. A primeira decisão desta nova direcção foi fazer a recontagem de sócios, vindo-se a verificar que restavam apenas 87 elementos.

No entanto, quando se partia para uma nova era, alguns elementos do grupo conectados com a extrema-direita exibiram durante alguns jogos cruzes suásticas e outros símbolos racistas, vindo o grupo a perder o apoio. Os símbolos desapareceram, mas o apoio jamais voltou. Estes acontecimentos marcaram o grupo perante toda a sociedade portuguesa, mas com o tempo, a politização desapareceu do grupo e as atenções afastaram-se.

O Renascimento

Quando a claque começou a renascer das cinzas e a construir novo material, surgiu aquele que é hoje o lema principal do grupo: “Connosco Quem Quiser, Contra Nós Quem Puder.” Esse lema serviu como cavalo de batalha para os tempos que se seguiram, ajudando a fechar o grupo sobre si próprio e a criar uma mentalidade e uma atitude fortíssima e inabalável nos seus membros. A claque foi crescendo e vários núcleos surgiram um pouco por todo o país, sendo o ano de 1994 (último ano em que o Benfica foi campeão nacional antes do longo hiato de onze anos) apontado como o ano de renascimento do grupo.

Os anos foram passando e o grupo (sem apoios) continuou a crescer, especializando-se pelas belas coreografias que sempre fizeram (sendo ainda hoje reconhecidos por isso, não só pelos benfiquistas como pelos rivais), coreografias essas que melhoraram ainda mais com a nova sede que o grupo conseguiu no Verão de 1996. Com novas instalações para trabalhar, tudo começou a funcionar com melhor fluidez.

Foi inclusive durante esta década que as relações entre a claque e os jogadores melhoraram, sendo estes, presença habitual nos jantares do grupo.

Exemplo de uma coreografia dos DV

A época de ouro

Já no novo século, o período de maior crescimento do grupo, coincidiu com um período de relacionamento bastante hostil com a outra claque do clube, os já referidos No Name Boys. Vários confrontos culminaram com o incendiamento da sede durante a madrugada e o esfaqueamento de um membro, situação que teve bastante impacto na comunicação social. Apesar destes lamentáveis acontecimentos, o crescimento não abrandou e chegou então aquela que é reconhecida como a época de ouro da claque, passando o grupo a ser reconhecido como uma das maiores e melhores claques a nível nacional.

Época de ouro do grupo

É durante essa época de ouro que o grupo se destaca de várias maneiras. Para além do elevado número de membros e as cada vez melhores e maiores coreografias (destacando-se talvez a de despedida do antigo estádio), o grupo lançou ainda um CD e apostou bastante no apoio às modalidades amadoras, com um carinho muito especial pelo hóquei-em-patins, chegando inclusive a ajudar bastante, doando dinheiro à secção.

2003/2004 foi uma época muito especial, não só para ultras benfiquistas como para todos os sócios e adeptos. Para além da inauguração do novo estádio, a morte de dois jogadores do clube (Fehér e Bruno Baião), a presença massiva de adeptos benfiquistas num jogo em Milão e o regresso aos títulos (Taça de Portugal) oito anos depois, frente ao todo-poderoso FC Porto do José Mourinho, conferiram a esta época um estatuto místico.

Mas quando nada o fazia prever, novas divergências surgiram no seio do grupo, levando ao abandono do líder (que infelizmente levou muita gente atrás), formando-se assim uma nova direcção. No entanto, a época brilhante que o clube fez (2004/2005), conquistando o campeonato nacional após onze anos de jejum, fez com que nada disto ganhasse relevo. Grandes e majestosas coreografias e poderosas fumaradas foram realizadas pelo grupo durante toda a época, demonstrando que o poder e a criatividade não estavam afectados.

Porém, na nova época devido á nova política da venda de bilhetes, a todos os membro da claque era exigido que fossem também sócios do clube, levando o número de associados a descer de cerca de 5000 para pouco mais de 1500, redução essa que apesar de tudo veio reforçar a união e mentalidade do grupo. É esta a época considerada ‘a melhor de sempre a nível coreográfico’, talvez devido à fabulosa campanha europeia realizada pelo clube. Grandes deslocações foram também realizadas não só no estrangeiro, como em Portugal.

Actualmente

Desde então, o número de elementos tem vindo a descer drasticamente, contando-se hoje em dia apenas poucas centenas de pessoas na bancada. No entanto, o grupo destaca-se como a principal claque (e uma das poucas) na luta contra a legalização imposta pelo poder governativo e na luta contra a repressão sentida nos estádios do nosso país.

Luta do grupo contra a repressão

Com 27 anos recentemente completados, e não falhando um único jogo do Sport Lisboa e Benfica, os poucos elementos resistentes prometem não desistir na luta pelo seu amor e pelos seus ideais, destacando-se no grupo os DV Norte, os CUMS (Comando Ultra Margem Sul) e o grupo de jovens lisboetas da Nova Guarda. Apesar de passar uma das maiores crises de sempre, é visível o crescimento recente não só de membros, mas ainda mais importante, o crescimento de atitude, mentalidade, união e amizade, sendo para muitos esta a melhor fase de sempre no que a estas quatro características dizem respeito. Tudo isto promete um futuro bastante risonho para uma das claques míticas de Portugal.

Diabos Vermelhos em Novembro de 2009

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Bibliografia

DIABOS VERMELHOS (2009) História. Online in http://www.diabos1982.pt/dv1982/index.html, consultado em 10.12.2009

FOTOPAGES (2009) Diabos Vermelhos – SL BENFICA. Online in http://claquesportugal2.fotopages.com/?entry=576218, consultado em 10.12.2009

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Última actualização: 13 de Dezembro de 2009
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