José Prudêncio
Escola no Ano Zero
RELATÓRIO DE AUTO-AVALIAÇÃO | 2010-2011
ADD - Avaliação do Desempenho Docente
Esclarecimento e pedido de desculpas:

Para quem ler ou quiser inspirar-se no meu relatório de auto-avaliação, venho esclarecer que, por pudor, não digo e muito menos escrevo a meu respeito o tipo de narrativa que se segue.

Peço desculpa... obrigaram-me a fazê-lo!

Nome do Avaliado: José Prudêncio

Categoria: Professor do Quadro de Escola de Nomeação Definitiva

Departamento Curricular: Ciências Sociais e Humanas

Área Disciplinar: Filosofia

Grupo de Recrutamento: 410

Período em avaliação: ano lectivo de 2010/11


Autodiagnóstico

Cada ano lectivo é para mim uma nova oportunidade de renovação e de renascimento, de criatividade e de me reinventar na relação com os meus novos alunos. A oportunidade de ter perante mim novos alunos, cada um com vivências e origens diferentes, e de lhes poder dar a descobrir novas formas de pensar, de sentir, de agir e de ser, é uma oportunidade formativa extraordinária de uma grande riqueza humana.

Nos últimos anos tenho vindo a desenvolver uma maior consciência de que a minha função como professor de Filosofia (e também de Psicologia) é muito mais do que transmitir conhecimentos e ensinar com rigor científico matérias de um programa. Cada vez mais a minha preocupação é usar esse programa, e a sua operacionalização numa dada planificação que tem por referência o manual adoptado pela Escola, como base para formar novos cidadãos com um forte sentido de participação cívica e de consciência crítica sobre a importância social do bem de todos.

No entanto, é também claro para mim que formar o aluno como cidadão consciente e participativo exige que primeiro se forme o aluno como pessoa que se conhece e se auto-descobre, que aprende a aceitar e a melhorar as suas fraquezas assim como a chamar a si o seu próprio poder. Importa tanto ter a coragem e a lucidez para enfrentar as nossas sombras como para assumir a nossa luz e o nosso poder.

O meu papel como professor de Filosofia tem sido cada vez mais uma Tripla Busca: uma busca pela Sabedoria, para Formar o Cidadão, para construir/criar um Mundo mais Humano. Isso implica levar cada aluno a conhecer-se e a descobrir-se, a compreender a sua inserção na história e na aventura do pensamento humano, a gostar de si próprio e dos outros de forma inteligente, generosa, activa e consciente.

Breve descrição da actividade profissional desenvolvida no período em avaliação no âmbito do serviço lectivo atribuído e períodos de concretização.

No ano lectivo de 2010/11 foram-me distribuídas as Turmas 7, 8 e 9 do 10º ano de Filosofia e as Turmas 8 e 9 do 11º ano de Filosofia. Em todas cumpri os programas de acordo com a planificação do Grupo Disciplinar e tendo por referência os manuais adoptados, de modo a simplificar a organização dos alunos. O meu trabalho lectivo decorreu sem problemas, respeitando os diversos Períodos relativamente à explanação das matérias programadas como ao processo de avaliação dos alunos.

Breve descrição da actividade profissional desenvolvida no período em avaliação no âmbito do serviço não lectivo atribuído e períodos de concretização.

No ano lectivo de 2010/11 a minha actividade não lectiva foi aulas de substituição (OPTL - ocupação plena dos tempos lectivos), no total de 4 tempos semanais; e dois tempos semanais de apoio individual e personalizado aos alunos. A isto acrescem as diversas reuniões (Conselho de Turma, Reuniões de Grupo e de Área Disciplinar, Reuniões Gerais) para que fui convocado e o serviço de vigilância de exames.

Apresentação das evidências relativas à vertente profissional, social e ética

Considero que cumpri os meus deveres profissionais e que realizei todas as tarefas que me foram distribuídas. Igualmente, fui pontual e assíduo, com excepção para os dias em que fui obrigado a faltar por motivo de doença.

Procurei manter-me actualizado em termos de conhecimento profissional, científico, pedagógico e didáctico, em adequar e melhorar as minhas práticas educativas em função das turmas visando sempre optimizar o ensino na Escola. Procurei sempre cultivar o desenvolvimento integral do aluno e a qualidade das suas aprendizagens através de uma planificação adequada das aulas, da atenção particularizada e do apoio individual.

Participei nas reuniões de Departamento, Grupo Disciplinar e Conselhos de Turma, e tive o cuidado de me preparar para essas reuniões no sentido de as tornar mais produtivas, simples e rápidas, ao mesmo tempo que me disponibilizei para colaborar nas tarefas em que o meu contributo me pareceu oportuno e valioso. Colaborei com os Directores de Turma na realização dos projectos curriculares das turmas e nos planos de recuperação de faltas.

Concebi e implementei estratégias de avaliação diversificadas (ver anexo) e mantive os alunos informados sobre os seus resultados e necessidades de melhoria. Utilizei processos de observação e monitorização do desempenho dos alunos e procurei reorientar estratégias de ensino adequadas para superar as dificuldades.

Tenho especial preocupação pelo uso de linguagem objectiva, simples, científica, com vistas a uma comunicação efectiva. Recorro com frequência às vivências dos alunos e a situações da actualidade como oportunidades de reflexão e de explanação das matérias do programa de uma forma viva e apelativa.

No plano da relação professor/alunos, procuro adoptar estratégias adequadas às necessidades e aos ritmos de aprendizagem dos alunos, dando especial atenção aos que revelam mais dificuldades assim como aos que mostram mais capacidades de estudo e maiores potencialidades de desenvolvimento. Promovo ambientes de aprendizagem onde haja relações de cooperação e de respeito, focalizando sempre que possível a aprendizagem centrada na actividade dos alunos e na sua capacidade de auto-aprendizagem. Nesse sentido, mostrei aos alunos as enormes possibilidades de utilização da Biblioteca da Escola e da Internet.

Ao longo do ano, reflecti nas minhas práticas, li diversos livros relacionados com a educação, estudei novas obras filosóficas e procurei introduzir esses novos conhecimentos nas aulas com vistas a uma maior riqueza, actualidade e adequação às motivações e interesses dos alunos. Nesse sentido, julgo que cooperei com todos os agentes da comunidade educativa na promoção de um ensino de qualidade e da boa imagem social da nossa Escola.

Apresentação das evidências relativas ao desenvolvimento do ensino e da aprendizagem.

Desenvolvi as actividades lectivas de acordo com as características das turmas, com os seus ritmos de aprendizagem e com as competências evidenciadas pelos alunos. As aulas foram planeadas tendo por base os Programas de Filosofia, a planificação do Grupo Disciplinar e a utilização dos respectivos manuais adoptados para a Disciplina.

A planificação e o desenvolvimento das actividades foram realizadas com rigor pedagógico, didáctico e científico, tendo em conta os conhecimentos e as aprendizagens anteriores dos alunos, de modo a possibilitar a realização de aprendizagens significativas. Este esforço pode ser verificado pelos sumários, pelos testes escritos, pelo esquema dos instrumentos de avaliação que produzi para guia e informação dos alunos e pelo “Filosofia Handbook” que elaborei para orientação dos alunos na disciplina de Filosofia e para elaboração de trabalhos de investigação com rigor científico (ver anexos). Para desenvolvimento das aulas recorri a diversos suportes, nomeadamente, manuais, Internet, recursos multimédia disponibilizados pela Escola. Em particular, fiz uma utilização contínua do meu computador portátil para projectar material significativo para os alunos, para escrever os sumários e para transmitir apontamentos que os alunos passaram para os cadernos.

Verifiquei e anotei em todas as aulas se os alunos tinham o manual e o caderno da disciplina. Expliquei a importância do caderno como instrumento privilegiado de organização do estudo e da aprendizagem e de avaliação da participação dos alunos nas aulas. Neste sentido, procurei detectar as dificuldades sentidas pelos alunos para os ajudar a superá-las, promover o espírito crítico e o gosto pela Filosofia.

Informei antecipadamente os alunos do tipo de instrumentos de avaliação que iria utilizar, do tipo de perguntas e de trabalhos pedidos, para que não fossem surpreendidos com procedimentos com que não estavam familiarizados. Isto foi feito tendo em conta os critérios de avaliação definidos no Grupo disciplinar e aprovados em Conselho Pedagógico.

Na sala de aula procurei estar sempre atento ao envolvimento e ao desempenho dos alunos na realização das tarefas, à correcção oral e escrita das provas de avaliação, à detecção dos erros cometidos e como os superar. Procurei sempre cultivar o seu sentido de responsabilidade, a capacidade de aprender de forma autónoma, a forma de investigar com rigor e de verificar a qualidade das fontes, em particular no que respeita ao uso correcto da Internet. Apelei constantemente à sua participação activa nas aulas, incutindo-lhes o sentido do respeito pelos outros, procurando criar uma ambiente na sala de aula de responsabilidade, autonomia, participação, justiça e tolerância.

Tive para com os alunos uma atitude de compreensão e de tolerância para com as suas dificuldades, erros e comportamentos menos adequados mas, ao mesmo tempo, uma atitude de firmeza, de justiça e de respeito pela Escola, pela importância das instituições, chamando constantemente a sua atenção para as suas responsabilidades de cidadania. Insisti sempre na importância de ser um cidadão participativo, de ter uma imagem positiva do País, de compreenderem que a Escola e os professores são para eles um grande benefício, que é um investimento que o País faz neles e pelos quais devem dar um retorno. No mesmo sentido, procurei cultivar uma imagem positiva do País e das potencialidades dos portugueses, tentando lutar contra as mensagens negativas e pouco lúcidas tantas vezes veiculadas pelos meios de comunicação social e pelos intelectuais profissionais.

Nos dias em que fui obrigado a faltar por motivo de doença, planifiquei as aulas de substituição de modo a que a aula fosse maximamente produtiva e a dar ao colega que me substituiu um plano claro e simples do decurso da aula (ver exemplo anexo).

Como resultado deste trabalho, diversos alunos e encarregados de educação me felicitaram pela qualidade e riqueza das aulas, assim como pelo meu empenho e preocupação com o futuro e o sucesso pessoal dos alunos.

Apresentação das evidências relativas à participação na escola e relação com a comunidade educativa.

Conforme já referido acima, participei nas reuniões gerais, de Departamento e de Grupo, de preparação para a vigilância de exames e nas reuniões de conselho de Turma, tendo participado activamente e contribuído para o seu bom funcionamento, dando as minhas opiniões e colaboração na apresentação de propostas e na procura de soluções. Dessas reuniões elaborei as actas que me foram atribuídas como secretário, em particular, da Turma 8 do 11º ano, tendo estado presente com a Directora de Turma nas reuniões com os encarregados de educação. Nessas reuniões procurei dar uma imagem digna e profissional da Escola.

Com os colegas e com dos Directores das minhas turmas, estive sempre disponível para prestar os esclarecimentos que me foram pedidos e para ajudar nas questões que me colocaram. Mantive um bom relacionamento pessoal e profissional com todos os elementos da comunidade educativa, nomeadamente, alunos, funcionários, colegas, corpo directivo e pais.

O facto de eu ter publicado livros (ofereci dois à Escola), de intervir habitualmente em órgãos de comunicação social, de participar em conferências com personalidades da cultura (por exemplo, em 2010 fui convidado pela INATEL para proferir uma conferência com o Director do Observatório Astronómico de Lisboa e com o actual Ministro da Educação, Nuno Crato) foi um factor importante para alunos e encarregados de educação, que me manifestaram por diversas vezes o seu entusiasmo. Isto constitui capital simbólico que é também um contributo positivo para a imagem da Escola.

Acresce que me tenho preocupado em publicar na Internet, nos meus sites, material relevante para os alunos, com uma intenção formativa e esclarecedora, conforme pode ser verificado em www.joseprudencio.com e em www.escola.joseprudencio.com. Também ofereci aos meus alunos a versão digital do meu primeiro livro Astrologia & Filosofia - um discurso sobre o tempo e os instintos, chamando-lhes especial atenção para três tópicos que escrevi para eles: Tópico 51 “Orientação para Pais”, Tópico 52 “Orientação e Sucesso Escolar”, Tópico 53 “Estratégia Empresarial na Orientação Profissional”.

Disponibilizei também a todos os alunos e encarregados de educação o meu E-mail para o caso de me quererem colocar alguma questão ou esclarecer alguma dúvida.

Apresentação das evidências relativas ao desenvolvimento e formação profissional ao longo da vida.

A actualização científica e pedagógica, assim como a minha investigação autónoma e o meu estudo, são uma constante da minha vida, que ultrapassa em muito as necessidades da minha prática lectiva. Só neste ano estudei diversos filósofos, em particular os que abrem novos domínios à reflexão filosófica actual. A título de exemplo refiro: Daniel Innerarity (Professor da Universidade de Saragoça e considerado pelo Le Nouvel Observateur um dos 25 maiores pensadores da actualidade); Luc Ferry (Filósofo francês ex-ministro da Educação); Slavoj Zizek (famoso filósofo esloveno); Peter Sloterdijk (o mais inovador filósofo alemão da actualidade). Acresce que estou a trabalhar em mais um livro de Filosofia que tem implicado uma vasta investigação, ao mesmo tempo que estou a preparar o meu doutoramento em Filosofia da Cultura na Universidade Nova de Lisboa.

Este ano estudei, com recurso à Internet, os procedimentos para a elaboração rigorosa e correcta de testes de escolha múltipla (ver resumo de regras em anexo). Relativamente à educação, desenvolvi "aulas centradas na actividade dos alunos" tendo por bases teóricas os livros: A Educação na Finlândia - os segredos de um sucesso de Paul Robert; O “Eduquês” em Discurso Directo de Nuno Crato; Disciplina na Sala de Aula de Luís M. Aires.

Atendendo ao acima exposto, entendo que o meu desempenho no ano lectivo de 2010/11 foi em muitos aspectos de nível superior e que me empenhei de forma exemplar. Nesse sentido, e dado que não foram observadas as minhas aulas, considero aceitável que me seja atribuída a classificação de Bom.

O avaliado: José Prudêncio

Relatório entregue a 31.8.2011

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E-mail | filosofiaprudencio@gmail.com
Telefone | 96 603 67 19
Última actualização: Agosto de 2011
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